Levantamento realizado pelo Cenp (Fórum da Autorregulação do Mercado Publicitário) mapeou 370 marcas brasileiras de fora do eixo Rio-São Paulo-Brasília que faturaram juntas em 2024 mais de R$ 1,34 trilhão, o equivalente a mais de 10% do PIB nacional do último ano.
O mapeamento é do estudo Brasil Plural, desenvolvido em parceria com a Troiano Branding. Leia a íntegra (PDF – 15,2 MB). A pesquisa analisou 193 marcas de atuação local e 177 de atuação nacional nos 11 Estados com os maiores PIBs com exceção do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.
Foram analisadas empresas de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Goiás, Pará, Mato Grosso, Pernambuco, Ceará e Espírito Santo. Essas unidades federativas concentram mais da metade (51%) da população brasileira.
O levantamento considerou como marcas nacionais aquelas que atuam em 7 Estados ou mais. Foram classificadas como locais as que operam em até 6 UFs. Em ambos os casos, a origem, a sede e o centro de operação precisavam estar localizados no Estado de referência.

As marcas foram selecionadas a partir da lista“Valor 1000” e do ranking “Exame: Melhores e Maiores”, que destacam as maiores empresas do país com base em critérios como receita líquida, desempenho financeiro e sustentabilidade. A pesquisa considerou a relevância e a projeção dos negócios e a capacidade das marcas de orientar comportamentos e gerar identificação dos consumidores.
Regina Augusto, diretora executiva do Cenp, disse ao Poder360 que o estudo foi conduzido levando em consideração o papel do fórum de fomentar o desenvolvimento do mercado publicitário nacional: “O objetivo não é apenas listar empresas, mas construir um ‘mapa’ das principais marcas locais e nacionais que operam nos 11 estados de maior PIB fora desse eixo, compreendendo como elas criam conexões únicas com os consumidores”.
Das 370 marcas destacadas, 174 fazem parte de um desses setores. O agronegócio lidera o estudo, com 64 marcas. A área de alimentos e bebidas tem 58 e a indústria geral, 52. Varejo geral (48) e varejo alimentício (44) também tiveram destaque entre as empresas de fora do eixo Rio-SP-DF.
A maioria das empresas analisadas tem gestão familiar e capital fechado. No recorte por tipo de público, o resultado foi mais equilibrado: 45% são “B2C” (vendem para o consumidor final), 34% são “B2B” (vendem para empresas) e 21% trabalham com as duas modalidades.

“O setor de agronegócio se destaca como o grande motor em diversos Estados, notadamente no Centro-Oeste e Sul, evidenciado por cooperativas gigantescas com faturamentos bilionários que atuam tanto no B2B quanto no B2C”, avalia a diretora do Cenp.
Já a indústria de alimentos e bebidas, segundo a executiva, se destaca por causa da “regionalização do paladar”, com marcas que valorizam a cultura local dos consumidores.
“A chave é a valorização da própria identidade, estabelecendo uma “Viagem para Dentro”. O foco deve ser na intimidade e na nostalgia, evitando copiar benchmarks globais e, em vez disso, traduzindo a linguagem e os laços emocionais da comunidade. O sucesso dessas marcas gera orgulho coletivo, reforçando o vínculo entre empresa e as raízes do local”, disse Regina ao analisar as estratégias das marcas destacadas na pesquisa.
O estudo destacou duas marcas por Estado –uma local e uma nacional– entre as 370 selecionadas.
Regina afirma que a seleção foi feita a partir de cruzamentos dos faturamentos com a “presença comunicativa” das marcas: “[o estudo escolheu] empresas que não apenas faturam muito, mas que investem ativamente em comunicação e construção de marca. Ou seja, entre as marcas de maior faturamento, avaliamos presença nas redes sociais, cuidado com os canais próprios e campanhas de comunicação.
Leia a seguir os destaques de cada Estado:





