Manifestantes no Nepal defenderam nesta 5ª feira (11.set.2025) a nomeação da ex-presidente da Suprema Corte Sushila Karki, 73 anos, como primeira-ministra interina do país do sul asiático, segundo as informações da Reuters.
A proposta foi apresentada ao presidente Ramchandra Paudel, depois da renúncia de K.P. Sharma Oli, do Partido Comunista. Olá deixou o cargo de primeiro-ministro em meio a confrontos que deixaram 34 mortos.
Os organizadores dos protestos também pediram a dissolução do Parlamento. O representante do movimento, Ojaswi Raj Thapa, afirmou que os manifestantes não defendem o fim da Constituição, mas admitem a necessidade de mudanças.
O problema político se agravou depois que o governo de Oli proibiu 26 plataformas digitais, incluindo Facebook e YouTube, em resposta a vídeos que criticavam filhos de políticos acusados de corrupção.
Karki, que em 2016 se tornou a 1ª mulher a presidir a Suprema Corte do Nepal, aceitou liderar provisoriamente o governo.
Os protestos, liderados por jovens da geração Z, incendiaram o Parlamento e residências de autoridades. Rajyalaxmi Chitrakar, mulher do ex-primeiro-ministro Jhalanath Khanal, morreu na 3ª terça (9.set) depois de sofrer queimaduras quando sua casa foi incendiada por manifestantes.
Mesmo depois da saída de Oli, as manifestações continuaram nas ruas, com demandas contra a corrupção e por empregos.
O Exército retomou o controle da capital Katmandu, sob toque de recolher. Serviços essenciais foram restabelecidos, mas escolas e universidades seguem fechadas.
O Nepal enfrenta instabilidade desde 2008, quando a monarquia foi abolida.
