O Magazine Luiza inaugurou sua 1ª loja-conceito nesta 2ª feira (8.dez.2025) dentro do Conjunto Nacional, na avenida Paulista, em São Paulo. A abertura marca a ocupação do espaço que abrigou a Livraria Cultura por 54 anos, um dos endereços mais simbólicos da vida cultural da cidade.
Chamada Galeria Magalu, a megaloja conta com áreas dedicadas às suas 5 marcas: Magalu, Netshoes, KaBuM!, Estante Virtual e Época Cosméticos. O objetivo é que a unidade, “uma loja físico-digital”, funcione como vitrine do ecossistema do grupo. Nela, o consumidor pode manusear, testar e customizar todas as linhas de produtos.
“Um dos nossos diferenciais é a experimentação: todos os itens podem ser usados dentro da loja”, diz Fabrício Garcia, vice-presidente comercial e operacional do Magalu no evento que marcou a abertura da loja. “Fizemos uma curadoria profunda dos produtos, mais premium impossível.”
O espaço mantém parte dos elementos que tornaram o endereço um ponto turístico na cidade, como as esculturas, as estantes e o teatro interno Eva Hertz. O local, que ganhou o nome Teatro Youtube, será tanto uma área para criadores de conteúdo quanto palco para espetáculos teatrais. A 1ª peça em cartaz será “Hip Hop Hamlet”, uma versão do clássico Shakespeare que une elementos do rap, do grafite e do breakdance.
No térreo, a Galeria Magalu exibe obras de arte da Pinacoteca de São Paulo. A curadoria é feita pelo diretor do museu, Marcelo Costa Dantas. Segundo Frederico Trajano, CEO do Magalu, a área terá uma mudança constante de exposições e privilegiará obras de artistas brasileiros. A intenção, afirma, é tornar a loja atraente para quem passa pela região e, assim, aumentar o fluxo de clientes.
“Nosso objetivo é ressignificar a loja de departamento”, disse Frederico. “É transformar algo um pouco datado em um conceito moderno, digital e futurista, mantendo o que tem de bom em uma loja de departamento.”
Luiza Trajano, presidente do conselho do Magalu, ressalta que a intenção é tornar o lugar “um espaço de convívio”. “Apesar do digital, as pessoas querem se encontrar”, afirma. “Estamos criando um ponto de encontro como era antigamente, as pessoas sentem essa necessidade.”
As lideranças do Magalu mencionam o desafio de realizar uma equação econômica para viabilizar a operação da loja.
Segundo Fabrício Garcia, o custo da Galeria Magalu foi 10 vezes superior ao da maior loja do grupo, localizada na Marginal Tietê, em São Paulo –e que vendeu mais de R$ 20 milhões em 2024. A expectativa é gerar receita com ads e ações com as marcas. De acordo com o vice-presidente, o objetivo é recuperar o dinheiro investido em um ano e meio.
“As marcas estão carentes de lugares em que possam se expressar”, diz Frederico. “O que estamos fazendo é um brand commerce”. Para catalisar as interações com as marcas, o CEO afirma que uma das prioridades é realizar campanhas com influenciadores dentro da loja-conceito.
Embora seja uma loja que queira conversar com todos os públicos, a Galeria Magalu não trabalhará com produtos de ticket baixo. Focará, diz Frederico, “em produtos de qualidade”.
Em 2024, o Magalu teve faturamento de 66 bilhões. No 3º trimestre de 2025, registrou R$ 15,1 bilhões em vendas, 2,6% abaixo dos R$ 15,5 bilhões registrados no mesmo período de 2024. A empresa não revela o valor investido na loja-conceito nem a expectativa de geração de receita.
Luiza Trajano criticou em coletiva de imprensa a alta taxa de juros, que está em 15% ao ano, e “acaba com a pequena e média empresa”. Ela defendeu aumentar a inflação de 3 para 4%.
Frederico também disse que a queda do juro “já passou da hora de acontecer”. De acordo com ele, deveria começar a cair e chegar aos 11% até o encerramento do ano.





