Macron cita risco alimentar e veta Mercosul: “Não pode ser assinado”
Durante o pronunciamento, Macron faz questão de enfatizar a "reciprocidade" e "segurança alimentar" para vetar acordo MercoSul
, se posicionou contra o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) ao afirmar que “não pode ser assinado”. O posicionamento ocorreu nesta quinta-feira (18/12) em uma coletiva de imprensa na qual o líder francês saiu em defesa do setor agropecuário do país com declarações protecionistas e de riscos quanto à segurança alimentar.
“Sobre a questão do Mercosul, acreditamos que a conta não fecha e que este acordo não pode ser assinado. A França é, aliás, uma grande força agrícola e agroalimentar que interage em todo o mundo e que exporta, mas não podemos aceitar sacrificar a coerência da nossa agricultura, da nossa alimentação e a segurança alimentar dos nossos compatriotas em acordos que ainda não estão finalizados”, argumentou Macron.
Em negociação há mais 25 anos, consiste no livre comércio entre os dois blocos, incluindo o setor do agronegócio e da indústria. Entre os principais pontos do tratado estão previstas reduções em taxas de importação e exportação.
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Além disso, as propostas, aprovadas pela Comissão de Comércio Internacional na semana passsada, preveem a possibilidade de suspensão de benefícios comerciais do acordo caso importações do Mercosul causem prejuízos a setores do agronegócio europeu.
Macron contesta o tratado Mercosul-UE e não admite que a França o assine por considerar que a França tem um potencial poderoso no setor agrícola e que, se o acordo for seguido como previsto, os produtos agrícolas sul-americanos poderiam “dominar” o mercado europeu.
Segundo Macron, isso ocasionaria na perda de lucro nacional da França com os fazendeiros, que não conseguiria competir com o potencial de produção brasileiro e outros países da América do Sul.
Ainda durante o pronunciamento, Macron faz questão de enfatizar a “reciprocidade” e a “segurança alimentar”. Na França, as carnes e outros produtos agrícolas passam por uma série de restrições, incluindo a proibição de pesticidas e moléculas para os agricultores, ou seja, para Macron, seria injusto importar produtos do Mercosul, .
“Quando proibimos substâncias para os nossos agricultores — o que lhes exigiu grandes esforços —, quando lhes disseram que não devem mais usar tal pesticida ou tal molécula para produzir, é porque isso afeta a segurança alimentar dos nossos compatriotas. Eles fizeram esse esforço. Isso custou-lhes muito dinheiro e tornou suas vidas mais difíceis. Não podemos aceitar abrir nosso mercado para pessoas que não respeitam essas mesmas regras”, alegou Macron.
Nesta quinta, , com centenas de tratores, contra a política agrícola da União Europeia e, particularmente, o acordo comercial com o Mercosul. Os líderes dos 27 países realizam a última cúpula deste ano na capital belga.
Por: Metrópoles





