• Domingo, 21 de dezembro de 2025

Juventude do PT quer acionar Quaquá no comitê de ética

Vice-presidente da sigla é alvo de pedidos de processo por elogios à operação no Rio que deixou 122 mortos.

O congresso nacional da juventude do PT (Partido dos Trabalhadores) aprovou, na 6ª feira (19.dez.2025), uma moção para abrir um procedimento no comitê de ética do partido contra o vice-presidente da legenda, Washington Quaquá. Ele é também prefeito de Maricá (RJ). O petista já tem 3 pedidos registrados por ter elogiado a mega operação policial no Rio, nos  Complexos da Penha e do Alemão, que deixou 122 mortos em outubro, incluindo 5 policiais. 

Segundo a juventude do partido, “não é de hoje que Quaquá vem escalando no seu discurso fascista, que vai contra os preceitos partidários, sem que qualquer medida à altura das suas declarações sejam tomadas no âmbito das instâncias petistas”. As declarações que levaram ao pedido foram feitas durante um seminário do PT sobre segurança pública no Rio, realizado entre 1º e 2 de dezembro.

“A gente entra nesses territórios para mudar a prática e a vida do território e libertar a vida do povo. Se a gente não faz isso, ninguém o fará. É óbvio que a polícia do Rio, o Bope, só matou ali otário, vagabundo, bandido. Eu perguntei: ‘Tem trabalhador aí?’. Não. Tudo bandido”, disse Quaquá, segundo a CNN Brasil. Pessoas da plateia o confrontaram ao dizer que ele estava mentindo, o que provocou um bate-boca na ocasião. 

“Você vai ouvir eu falar ou vai ficar berrando? Então, era tudo bandido. Eu ouço bobagens à vontade. Espero que na democracia se ouça as bobagens dos outros. Eu ouço a de vocês, valeu? E depois querem dizer que são de esquerda e democráticos, mas só ouvem a própria opinião”, declarou Quaquá.

Logo depois da operação, realizada em 30 de outubro, o petista afirmou em suas redes sociais que “ninguém enfrenta fuzil com beijinho”. Quaquá disse que “se enfrenta fuzil dando tiro em quem tá com fuzil” e que, embora se sinta “consternado” com a morte de policiais e inocentes, a “grande maioria” dos mortos era “soldado do narcotráfico”.

O Poder360 procurou Quaquá por meio de sua assessoria para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito do pedido de procedimento na comissão de ética. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.

Por: Poder360

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