Japão inicia auditoria final e carne bovina brasileira pode ser liberada ainda este ano
Após mais de duas décadas de negociações, técnicos japoneses iniciam em novembro a etapa decisiva para habilitar frigoríficos brasileiros. Atualmente, os japoneses pagam US$ 7 mil por tonelada de carne bovina, enquanto a média brasileira está torno de US$ 5,5 mil por tonelada. Mercado paga mais, exige padrões rigorosos e pode fortalecer preços do boi gordo.
Após mais de duas décadas de negociações, técnicos japoneses iniciam em novembro a etapa decisiva para habilitar frigoríficos brasileiros. Atualmente, os japoneses pagam US$ 7 mil por tonelada de carne bovina, enquanto a média brasileira está torno de US$ 5,5 mil por tonelada. Mercado paga mais, exige padrões rigorosos e pode fortalecer preços do boi gordo. O Brasil está prestes a dar um dos passos mais importantes da história recente da sua pecuária: a entrada no mercado japonês, considerado um dos mais exigentes, valorizados e rigorosos do mundo. Depois de mais de 20 anos de tratativas, o governo do Japão enviará ao Brasil, ainda em novembro, uma missão técnica para conduzir a auditoria final nas plantas frigoríficas, etapa que antecede o anúncio oficial de abertura comercial. A informação [Japão inicia auditoria final e carne bovina brasileira] foi confirmada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que afirmou esperar o anúncio ainda este ano. A abertura do mercado japonês é vista pelo setor como um divisor de águas: além de ser um país de alto poder aquisitivo, o Japão paga, em média, US$ 7 mil por tonelada de carne bovina, valor superior ao preço médio obtido hoje pelo Brasil, de cerca de US$ 5,5 mil por tonelada. Isso significa maior retorno para a indústria, melhores remunerações ao produtor e fortalecimento da imagem sanitária brasileira no cenário global.
Um processo de mais de 20 anos está perto do fim As negociações entre Brasil e Japão atravessaram sucessivos impasses sanitários e diplomáticos. Um dos principais entraves sempre foi a exigência japonesa de que o Brasil fosse reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação, condição conquistada nacionalmente apenas em maio deste ano. window._taboola = window._taboola || [];
_taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Com isso, o governo japonês avançou para a etapa final: a auditoria presencial nas plantas frigoríficas. A estratégia brasileira, segundo o próprio Ministério da Agricultura, é i niciar a habilitação pelos estados do Sul — Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul — que já possuíam o status sanitário exigido anteriormente. Essa abordagem evita atrasos, já que um pedido imediato para todo o território poderia reiniciar etapas do protocolo japonês, considerado um dos mais longos e detalhados do mundo, com aproximadamente 12 fases de validação sanitária. Um mercado premium e altamente competitivo Segundo o ministro Fávaro, o processo está “avançando rapidamente” e restam apenas ajustes finais para que o anúncio ocorra. Ele declarou que o mercado japonês é de renda elevada e extremamente lucrativo, mas “altamente exigente” nas regras de sanidade e rastreabilidade. Para a indústria frigorífica, a abertura representa a conquista de um selo internacional de credibilidade. Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, afirmou que o Japão é um mercado premium, especializado em cortes nobres e disposto a pagar mais por qualidade — embora a construção de relações comerciais leve tempo devido ao rigor japonês.
Foto: DivulgaçãoHoje, cerca de 80% das importações japonesas vêm dos Estados Unidos e da Austrália, países que enfrentam custos elevados de produção e arroba mais cara. Isso cria uma janela de competitividade para o Brasil, conforme destaca Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria: “A arroba norte-americana chega a US$ 100; na Austrália, fica entre US$ 65 e US$ 70. Isso encarece a carne vendida ao Japão e abre espaço para o Brasil competir com vantagem.”
Por que a abertura importa tanto para o Brasil? Além do reconhecimento sanitário, o acesso ao Japão pode redefinir o equilíbrio das exportações brasileiras. O país asiático compra cerca de 730 mil toneladas de carne bovina por ano, sendo o terceiro maior importador do mundo . Para estados como Mato Grosso — que têm 32 milhões de cabeças de gado para apenas 3,8 milhões de habitantes — a abertura representa novas rotas de escoamento da produção e reforça a solidez da sanidade brasileira. Para Caio Penido, presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne, conquistar o Japão é como obter “a certificação mais complexa e difícil do mundo” . A entrada nesse mercado também pode compensar a redução das exportações aos Estados Unidos, afetadas pelas tarifas de 50% impostas pelo governo Trump. Assim, o Japão surge como alternativa estratégica para diversificar a pauta exportadora e manter a firmeza dos preços do boi gordo no Brasil, especialmente em um cenário de oferta mais enxuta.
Impactos esperados no campo e na indústria Valorização da arroba e firmeza nos preçosCom um comprador que paga mais pela tonelada, o Brasil adiciona um mercado de alta remuneração que ajuda a reduzir excedentes e estabilizar preços internos.
Fortalecimento da imagem sanitária brasileiraA aprovação japonesa funcionaria como um selo internacional de excelência, facilitando negociações com países que também têm exigências elevadas, como Coreia do Sul e Turquia. Incremento na renda da indústria e dos produtoresO Japão paga, em média, US$ 1.500 a US$ 2.000 a mais por tonelada do que outros destinos tradicionais — ganho que repercute em toda a cadeia produtiva. Expansão comercial para Ásia e Oriente MédioA credibilidade japonesa pode abrir portas para mercados estratégicos que valorizam padrões rigorosos de controle sanitário, ampliando o alcance da carne brasileira. Quando a abertura deve ser anunciada? O Ministério da Agricultura espera concluir os protocolos até o fim deste ano. Representantes do setor acreditam que, caso não ocorra em dezembro, o anúncio deve sair no início de 2026 — mas há forte otimismo no governo para finalizar as etapas ainda em 2025.
Enquanto isso, a missão japonesa iniciará, em novembro, a vistoria final que pode colocar o Brasil entre os fornecedores habilitados a atender um dos mercados mais valorizados do planeta. Se confirmada, será um marco histórico para a pecuária brasileira — um reconhecimento internacional construído ao longo de décadas e sustentado pela evolução sanitária do rebanho nacional.
Por: Redação
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