• Sábado, 11 de outubro de 2025

Hamas frisa que desarmamento "está fora de questão"

Entrega das armas é uma das condições para encerrar a guerra

O desarmamento é uma das questões que gera mais obstáculos e resistência, por parte do Hamas, ao plano de paz para Gaza, proposto por Donald Trump. Entregar as armas está fora de questão e essa decisão é "inegociável". O presidente norte-americano incluiu o desarmamento do grupo como uma das condições para encerrar a guerra que dura dois anos no enclave, mas os islamitas palestinianos têm vindo a alertar que nunca aceitarão desarmar-se, invocando o direito dos palestinianos a defender-se. Este sábado, sob anonimato, um alto funcionário do Hamas voltou a repetir à Agência France Press que "a proposta de entrega de armas está fora de questão e não é negociável". A pressão do Hamas já teve resposta israelense. Effie Defrin, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, garantiu sexta-feira que o exército israelense, que está recuando em cumprimento do acordo, está "bem preparado para regressar ao combate" e combater o Hamas se o grupo militante mantiver o controle de Gaza após o fim da guerra. Caso seja o único a desarmar, o grupo islamita palestino poderá ficar vulnerável, não só a ataques de Israel, como a eventuais represálias de outros grupos do enclave que até agora têm conseguido dominar pela força. No dia 3 de outubro, em Khan Younis, combatentes do Hamas envolveram-se em combates com clã al-Mujaida, uma das maiores famílias do sul da Faixa de Gaza. O ataque dos militantes foi repelido com ajuda de tropas israelense. A eclosão de um autêntico caos armado na Faixa de Gaza é um dos maiores receios dos analistas. Para tentar evitar esse cenário, o plano de paz apresentado por Trump, que teve o apoio dos países árabes e muçulmanos da região, prevê que a Faixa de Gaza seja administrada por um governo de transição até que a Autoridade Palestiniana conclua o seu "programa de reformas" e "possa retomar o controlo de Gaza de forma segura e eficaz". O Hamas, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina rejeitaram, numa declaração conjunta publicada esta sexta-feira, qualquer "tutela estrangeira" sobre Gaza, sublinhando que a sua governação é uma questão puramente interna da Palestina. Expressaram também a sua disponibilidade para beneficiar da participação árabe e internacional na reconstrução do enclave. O cessar-fogo acordado por Israel e pelo Hamas entrou em vigor esta sexta-feira. Desde então, mais de 500.000 pessoas regressaram ao norte do enclave, em busca das suas casas, referiu este sábado a Defesa Civil do enclave.  maioria encontrou apenas escombros. *É proibida a reprodução deste conteúdo Relacionadas
Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu looks on as he addresses a joint meeting of Congress at the U.S. Capitol in Washington, U.S., July 24, 2024. Reuters/Kevin Mohatt/Proibida reprodução
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Por: Redação

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