“Não queremos ver a Amazônia como uma savana. Mas este é um verdadeiro risco se não mudarmos de rumo e se não reduzirmos drasticamente as emissões [de gases de efeito estufa] o mais rápido possível.”
Planos de ação
A última década foi a mais quente de todas, desde que se tem registro. No entanto, nem um terço das nações do mundo (62 países de 197) enviou seus planos de ação climática, conhecidos como contribuições nacionalmente determinadas (NDCs) no âmbito do Acordo de Paris. Os EUA, sob a liderança de Donald Trump, abandonaram o processo. A Europa prometeu, mas até agora não cumpriu. A China, o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, foi acusada de não assumir compromissos suficientes.Indígenas
O secretário-geral da ONU pediu também que as comunidades indígenas passem a ter maior presença e influência na COP30 do que as pessoas pagas por empresas. “Todos sabemos o que os lobistas querem”, afirmou Guterres. Os lobistas querem “aumentar os seus lucros, e o preço será pago pela humanidade”.Esta foi a primeira vez que o secretário-geral concedeu uma entrevista exclusiva a um jornalista de uma comunidade indígena, Wajã Xipai, repórter da Sumaúma do povo Xipai, que se juntou ao Guardian. O ano de 2026 será o último de António Guterres como secretário-geral da ONU. Ele admitiu que gostaria de ter se concentrado nos temas clima e natureza mais cedo, embora ambos sejam prioridade agora.“É fundamental investir naqueles que são os melhores guardiões da natureza. E os melhores guardiões da natureza são precisamente as comunidades indígenas”, defendeu o secretário-geral da ONU.
COP30
Aos líderes que vão ser reunir na COP30, o secretário-geral das Nações Unidas pediu que não adiem por mais tempo o corte nas emissões de gases com efeito de estufa. O evento ocorrerá no Brasil, de 10 a 21 de novembro. *É proibida a reprodução deste conteúdo Relacionadas
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