A nova ministra da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), Gleisi Hoffmann, está nas graças de líderes do Centrão. Ela começou a ganhar essa confiança ainda em outubro de 2024, quando o PT apoiou o recém-indicado Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara. Naquele momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) titubeava sobre anunciar esse apoio.
Segundo apurou o Poder360, a petista é vista com bons olhos pelos caciques do grupo de partidos do centro. Ninguém espera que seja extraordinária, mas todos dizem que será melhor que seu antecessor, Alexandre Padilha, que agora foi para a Saúde.
Na comparação com seu antecessor, os líderes afirmam que ao menos ela cumpre o que promete e é verdadeira, mesmo quando não pode atender ao que se é pedido.
Enquanto o clima com o ex-ministro era de críticas, Gleisi conta com o benefício da dúvida dos congressistas mais ao centro. Dizem que ela sairá do papel de presidente do PT e será moderada como articuladora.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), indicou que apoiaria Hugo Motta para lhe suceder em 29 de outubro de 2024. Naquele momento, Lula já sabia que apoiaria Motta, mas não sabia se era a hora de anunciar esse apoiamento.
De acordo com a apuração do Poder360, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da SRI, Alexandre Padilha, eram contra Lula declarar apoio ao nome de Lira tão cedo. Assim foi feito. Ao mesmo tempo, entretanto, o PT de Gleisi Hoffmann anunciou que estaria junto com Motta no dia seguinte do anúncio de sua candidatura.
Foi nesse momento que a futura ministra ganhou a confiança de líderes como os próprios Lira e Motta, assim como de seus aliados que seguem comandando seus correligionários na Câmara.
Em 3 dias no cargo, a nova ministra já se encontrou com:
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse nesta 4ª feira (12.mar.2025) que a nova ministra da SRI valorizará os líderes do Congresso e não vai negociar no “varejo”. Ele esteve com a petista em reuniões com os chefes das bancadas de centro e com o presidente da CMO, Júlio Arcoverde.
“É mais para ‘afinar a viola’ e estabelecer o ritmo. Toda a relação dela será com os líderes e com o presidente da Casa. Nada no varejo, nada para atender [alguém individualmente]. É fortalecer os líderes e o colégio de líderes”, afirmou.
Gleisi tomou posse como ministra da articulação política do governo na 2ª feira (10.mar). No dia seguinte ela recebeu em sua casa para um jantar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e os líderes dos 6 maiores partidos que compõem a base de apoio do governo no Congresso: PT, MDB, PSD, PP, Republicanos e União Brasil.
Os encontros têm servido para Gleisi ouvir as queixas e demandas dos congressistas. Motta disse que a reunião com a nova ministra da SRI foi “uma pactuação na relação” com o Legislativo.
“É o início da relação. A ministra Gleisi está muito empenhada em ter uma relação próxima com a Câmara e com os líderes. Ela acabou de tomar posse, está montando equipe. Então não se tratou de temas específicos”, disse Motta a jornalistas, depois de participar do Brasil Summit, evento promovido pelo Lide, grupo de líderes empresariais, nesta 4ª feira (11.mar), no Brasília Palace Hotel.
O presidente da Câmara afirmou que saiu “muito esperançoso”. “Ao lado dos líderes partidários, vamos discutir com o governo as pautas futuras que deverão chegar à Casa”, disse.