• Sexta-feira, 14 de março de 2025

Gigante invasor: Maior peixe-leão do mundo é capturado no Brasil, mas o motivo preocupa

A espécie foi capturada em Fernando de Noronha, com o primeiro registro no país datando de 2014

A espécie foi capturada em Fernando de Noronha, com o primeiro registro no país datando de 2014 Um novo recorde foi estabelecido nas águas do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha: o maior peixe-leão já registrado no mundo foi capturado em 27 de fevereiro. O exemplar mediu impressionantes 49 centímetros, superando os recordes anteriores da Venezuela (45,7 cm) e dos Estados Unidos (47,4 cm). A descoberta reforça a preocupação dos especialistas quanto à expansão da espécie invasora na região. O coordenador do Projeto Conservação Recifal, Pedro Pereira, explica que o crescimento expressivo do peixe-leão está diretamente relacionado à disponibilidade de alimento no arquipélago.
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    “Esses peixes estão encontrando presas em abundância no ecossistema local, o que favorece seu desenvolvimento. Isso é alarmante porque essa espécie é altamente predadora e pode comprometer significativamente a biodiversidade marinha de Noronha”, afirma o especialista. Espécie invasora e seus impactos Originário da região do Indo-Pacífico, o peixe-leão foi identificado no Brasil em 2014 e, desde 2020, passou a ser oficialmente monitorado em Fernando de Noronha. Seu alto potencial reprodutivo — com capacidade de liberar até 30 mil ovos por ciclo — e sua voracidade alarmante, podendo consumir até 20 peixes em 30 minutos, representam uma ameça real para as populações de peixes nativos. Desde o início dos esforços para controlar essa invasão biológica no arquipélago, mais de 1.200 exemplares foram removidos, sendo cerca de 200 apenas neste ano. O desafio do controle e o papel dos mergulhadores A captura do recordista foi realizada pelo mergulhador Fernando Rodrigues, da operadora Sea Paradise, que trabalha ativamente no monitoramento da espécie em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Em uma operação recente, realizada em 9 de março, a Sea Paradise retirou 61 peixes-leão em um único mergulho. Rodrigues lamenta o avanço da espécie: “Apesar de termos batido um recorde na captura, isso apenas comprova o quanto esses peixes estão se proliferando e se adaptando ao ambiente de Noronha”. Diante do cenário preocupante, o ICMBio intensificou suas iniciativas para treinar mergulhadores na identificação e remoção do peixe-leão. A chefe do instituto em Noronha, Lilian Hangae, reforça a necessidade de capacitação contínua. “Para reduzir o impacto dessa invasão, temos investido em treinamentos especializados. Qualquer mergulhador que atue em Noronha deve buscar orientação junto ao ICMBio para contribuir na preservação da biodiversidade”, enfatiza. Com o objetivo de facilitar a remoção da espécie, um ponto de coleta foi estabelecido no Porto Santo Antônio, onde um voluntário da área de pesquisa com foco na pesca está disponível diariamente para armazenar os exemplares retirados das águas. A luta contra a propagação do peixe-leão continua sendo um desafio para cientistas e conservacionistas, que buscam conter os danos ambientais e preservar o equilíbrio ecológico de Fernando de Noronha. Escrito por Compre Rural VEJA MAIS:
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  • ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.
    Por: Redação

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