Galípolo: BC não tem desconforto com a atual meta de inflação, de 3%
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, ainda frisou que não vê o Brasil como um ponto fora da curva, em termos de meta inflacionária
O presidente do Banco Central (), , afirmou, nesta terça-feira (29/4), que a autoridade monetária “não tem nenhum tipo de desconforto” com a atual meta inflacionária, de 3%.
“A gente não tem nenhum tipo de desconforto com a meta de 3%. Acho que o Banco Central está fazendo seu caminho para perseguir a meta de 3%”, disse Galípolo, acrescentando que não vê o Brasil como “outlier” (ponto fora da curva) em relação à meta inflacionária de outros países.
A declaração foi dada durante entrevista coletiva para apresentar os dados presentes no , também divulgado nesta terça-feira.
Inflação
Em 2025, a meta inflacionária é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual – isto significa, com piso de 1,5% e teto de 4,5%. Ela será considerada cumprida se oscilar dentro desse intervalo de tolerância.
A meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelo Ministério da Fazenda (presidente do Conselho), Ministério do Planejamento e Orçamento e pelo próprio Banco Central.
Vale destacar que, a partir deste ano, a meta de inflação é contínua, e não mais por ano-calendário. Ou seja, o índice é apurado mês a mês. Se o acumulado em 12 meses ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
Atualmente, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), . Nesse ritmo e patamar, o IPCA caminha para mais um ano em que a meta será descumprida.
O próprio Banco Central segue indicando o estouro do teto da meta neste ano.
Na última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o colegiado alertou que, se a inflação seguir avançando, o valor acumulado em 12 meses ficará “acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”.
Galípolo não vê Brasil como “outlier”
O presidente do BC afirmou que a discussão sobre a meta inflacionária de 3% não é uma “discussão”, principalmente quando se é comparada com outros países. “A gente não vê nenhum tipo de outlier (ponto fora da curva), o Brasil ser algo fora do normal, do ponto de vista de meta de 3%”, ressaltou ele.
Segundo Galípolo, o único ponto que de divergência seria: como o Brasil convive com taxas de juros “relativamente mais elevadas” e ainda assim segue tendo um dinamismo forte na economia, “mesmo em níveis de juros que, para outras economias, representariam um patamar bastante restritivo”.
Por: Metrópoles