O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou R$ 1,19 bilhão em projetos pelo Fundo Amazônia nos primeiros 6 meses de 2025. Os dados foram divulgados nesta 2ª feira (16.jun.2025) pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. O valor supera todos os resultados anuais registrados desde a criação do fundo, em 2009.
As aprovações ultrapassam os R$ 947 milhões autorizados durante todo o ano de 2024 e os R$ 584 milhões de 2023, considerando valores já corrigidos pela inflação.
O anúncio aconteceu em evento na capital federal com participação da diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, do secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, representantes de 8 ministérios, dos 9 Estados da Amazônia Legal e entidades da sociedade civil que integram o comitê orientador e de doadores.
Ao todo, 133 projetos foram aprovados para receber recursos. Um dos mais recentes destina R$ 825,7 milhões para modernizar a fiscalização ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), com objetivo de reduzir o desmatamento ilegal por meio de tecnologia avançada e reforço logístico.
Os principais beneficiários são projetos localizados em unidades de conservação, terras indígenas, comunidades quilombolas e assentamentos. As iniciativas promovem a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável em áreas prioritárias da Amazônia brasileira.
Entre 2023 e 2025, o fundo recebeu novos aportes internacionais. A Noruega, principal doador, contribuiu com R$ 349 milhões. O Reino Unido destinou R$ 255 milhões e a União Europeia, R$ 121 milhões. A Irlanda anunciou em março sua 1ª contribuição de R$ 91 milhões. O total de novas doações anunciadas chega a R$ 1,5 bilhão, dos quais R$ 1,1 bilhão já foram internalizados no Brasil.
O BNDES firma contratos de apoio financeiro não reembolsável baseados em critérios estabelecidos pelo comitê orientador. As doações realizadas por países e organizações multilaterais não geram obrigações financeiras para os beneficiários brasileiros, apenas compromissos de prestação de contas e apresentação de resultados mensuráveis.
O Fundo Amazônia opera em todo o território nacional, com foco principal no bioma amazônico. Até 20% dos recursos podem ser direcionados a outros biomas brasileiros, ampliando o alcance das ações de conservação ambiental para diferentes regiões do país.
O mecanismo segue os parâmetros de Redd (Redução de Emissões vindas de Desmatamento e Degradação), conceito proposto pelo Brasil durante a conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas) em 2006. Uma característica fundamental do funcionamento do Fundo Amazônia é que as reduções de emissões de carbono resultantes dos projetos financiados são contabilizadas exclusivamente para as metas brasileiras no Acordo de Paris, evitando criar o que seria uma espécie de “direito para poluir”.
A governança do Fundo Amazônia é estruturada em 2 comitês que atuam junto ao BNDES. Um comitê técnico certifica dados e cálculos relacionados às emissões. Um comitê orientador, composto por integrantes da sociedade civil, estabelece os critérios para a aplicação dos recursos captados.