• Quarta-feira, 18 de junho de 2025

EUA suspende remédio para distrofia de Duchenne após duas mortes

Após dois óbitos por falência hepática, Elevidys tem uso suspenso para pacientes com distrofia de Duchenne que não andam

Dois adolescentes dos Estados Unidos morreram após receberem o Elevidys, . A terapia gênica de dose única levou os pacientes a sofrerem grave falência do fígado. Após a notificação da segunda morte, no último domingo (15/6), o uso do medicamento em pacientes que não conseguem mais andar foi suspenso no país. O primeiro caso ocorreu em março, quando um jovem de 16 anos faleceu após usar o remédio. A segunda vítima foi um adolescente de 15 anos. Ambos receberam a medicação no momento em que não conseguiam mais andar devido ao agravamento da doença, o que caracteriza o uso off-label. Leia também Para quem é o tratamento de Duchenne? A Sarepta Therapeutics, desenvolvedora do medicamento, e a Roche, responsável pela comercialização global dele, que tomavam o remédio de forma off-label. Na bula, o Elevidys é indicado apenas para pacientes que são capazes de percorrem 10 metros em até 30 segundos, chamados de deambuladores. A medida de suspensão visa reavaliar riscos do tratamento. A Sarepta anunciou que pretende apresentar à Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos EUA, uma proposta de controle desses riscos por meio do uso do imunossupressor sirolimus. Sintomas de Duchenne A síndrome acomete um em cada 150 mil nascidos e a expectativa de vida sem o tratamento é de cerca de 30 anos. O diagnóstico é feito geralmente na infância, e a perda da capacidade de locomoção ocorre entre os 10 e 12 anos. O tratamento com Os sintomas de fraqueza muscular associados à DMD geralmente começam na infância, entre os 3 e 6 anos de idade. Eles são: Dificuldade para caminhar e correr. Quedas frequentes. Fadiga. Dificuldades de aprendizado. Problemas cardíacos. Problemas respiratórios. Uso no Brasil No Brasil, apenas para crianças com DMD com idades entre 4 e 7 anos que ainda conseguem andar. Em comunicado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que a restrição vigente no país já exclui os pacientes que não conseguem caminhar, como os que morreram nos EUA. A agência reiterou que o medicamento só deve ser usado conforme aprovado e reforçou a necessidade de que efeitos adversos sejam notificados por profissionais de saúde no. “O medicamento deve ser utilizado exclusivamente conforme aprovado, respeitando as indicações específicas e as recomendações descritas na bula. O uso fora dessas condições representa risco à saúde”, reforça a Anvisa. Preço bilionário e uso limitado O Elevidys foi aprovado em dezembro de 2024 no Brasil e chama atenção também pelo custo, sendo o remédio mais caro à venda no país. O valor máximo autorizado é de R$ 11 milhões, o mais alto já registrado por aqui. A terapia é indicada para casos específicos de DMD, condição genética rara que causa perda progressiva da força muscular. Ao atacar o gene responsável pela produção de distrofina, a doença afeta principalmente meninos e não tem cura conhecida. O Elevydis leva o corpo a produzir artificialmente a distrofina, impedindo a progressão da doença. A Roche informou que trabalha com agências reguladoras, incluindo a Anvisa, para garantir comunicação rápida com médicos e autoridades. “Todos os profissionais envolvidos na prescrição do medicamento no Brasil foram notificados dos casos em 15 de junho”, diz a farmacêutica. Siga a editoria de e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
Por: Metrópoles

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