• Domingo, 29 de junho de 2025

EUA: procura por ONG de apoio à causa LGBTQ+ dispara devido a Trump

ONG de aconselhamento jurídico LGBTQ+ nos EUA já recebeu mais solicitações de assistência do que em todo o ano de 2024

Com o fim do Mês do Orgulho, a organização norte-americana de direitos civis voltada para a , Lambda Legal, faz um alerta: os Estados Unidos enfrentam um aumento real nos ataques contra a comunidade. O número de solicitações para aconselhamento jurídico, feitas à ONG neste ano, já supera o total registrado em todo o ano de 2024. A organização responsabiliza, diretamente, o retorno de à presidência pela onda ataques. Até junho, foram mais de 4,3 mil pedidos de assistência jurídica — muitos envolvendo casos graves de discriminação em áreas como saúde, trabalho, moradia e acesso a documentos. Segundo a ONG, os dois primeiros meses de Trump 2.0 concentraram quase metade dessas solicitações e registraram uma média quatro vezes maior que no mesmo período de 2024. “Isso não é uma coincidência, é uma crise”, resume Huong Lam, diretor do Help Desk, o serviço de informações jurídicas gerais da Lambda Legal. “A maior parte [das solicitações por ajuda] vem da comunidade trans e não binária, que enfrenta ataques diários e tem urgências reais. O volume e a complexidade das consultas mostram o quanto as políticas de Trump estão afetando vidas.” Somente os casos relacionados à representam 79% das solicitações recebidas neste ano — um salto de 35 pontos percentuais em comparação com 2024. São relatos de pessoas impedidas de acessar cuidados médicos de afirmação de gênero, barradas em serviços públicos, perseguidas por tentar atualizar documentos ou alistamento militar, ou ainda vítimas de violência e assédio. Entre as principais questões levantadas pela comunidade estão: Acesso a certidões de nascimento, carteiras de identidade e passaportes atualizados com o gênero correto; Discriminação em escolas, locais de trabalho e hospitais; Restrições ao atendimento médico especializado, principalmente para jovens trans; Exclusão de pessoas trans das Forças Armadas; Perseguições motivadas por identidade de gênero, incluindo violência física e ameaças; Problemas de imigração envolvendo pessoas LGBTQ+, em especial as trans. Leia também De acordo com o levantamento da ONG, os estados com mais solicitações de ajuda jurídica são Califórnia, , Texas, Illinois e Washington. Mas o maior crescimento percentual ocorreu em lugares como Minnesota, Rhode Island, Nebraska e Utah — um sinal de que os ataques têm se espalhado para áreas onde antes havia menos registros. Kevin Jennings, CEO da Lambda Legal, afirma que os ataques partem de todos os lados — “das legislaturas aos tribunais, passando pelas salas de aula” — e que são impulsionados por uma “agenda odiosa do governo Trump contra pessoas LGBTQ+, especialmente trans e não binárias”. Entre as principais medidas do governo Trump 2.0 contra a comunidade LGTQ+ estão: Revogação das políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) e programas de proteção. Banimento de pessoas trans do serviço militar, com a exclusão de recrutamento e lotação. Proibição de cuidados e tratamentos de afirmação de gênero para menores de 19 anos, com cortes em financiamento. Proibição do o ensino de “ideologia de gênero” nas escolas primárias e secundárias. Proibição de atletas trans em times femininos. Bloqueio de passaportes e documentos com gênero autodeclarado. Atualmente, a . Entre elas estão os decretos que banem o serviço militar para pessoas trans e bloqueiam o acesso a tratamentos médicos de afirmação de gênero, inclusive para menores de idade. Em fevereiro deste ano, o Metrópoles conversou com Jenny C. Piser, chefe do departamento jurídico da Lambda Legal. Na data, a advogada chegou a afirmar que administração Trump não estava simplesmente tomando decisões que afetam a comunidade LGBTQ+, mas, sim, a usando de forma intencional como uma . “Sabemos que as pessoas LGBTQ+, especialmente as pessoas transgênero, estão sendo usadas como ferramenta política, como distração e como desculpa para o fomento do medo. A criação de bodes expiatórios sempre é feita por aspirantes a ditadores”, declarou Jenny.
Por: Metrópoles

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