• Quarta-feira, 12 de março de 2025

Etanol de milho: subprodutos ganham destaque na alimentação do gado

O uso dos coprodutos do etanol de milho na alimentação de bovinos traz vários benefícios que podem melhorar a produção pecuária de forma econômica e sustentável

O uso dos coprodutos do etanol de milho na alimentação de bovinos traz vários benefícios que podem melhorar a produção pecuária de forma econômica e sustentável Por Vários Autores* – A produção de etanol no Brasil é principalmente originada pela cana-de-açúcar, porém a fabricação do etanol pode ser realizada através do processamento de muitos outros insumos, como por exemplo o milho, a beterraba e a batata. Recentemente, a produção de etanol a partir do milho no mercado brasileiro tem ganhado espaço. Há sete anos atrás o Brasil iniciou a operação da primeira usina de etanol movida unicamente à base de milho, no estado de Mato Grosso. Na atualidade, já são 21 plantas que empregam o milho como matéria-prima, e há 22 projetos de construção de novas unidades ou expansão de plantas existentes.
  • Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
  • Em média, a cada tonelada de milho, 399,4 litros de etanol são produzidos. Além dele, outros subprodutos, chamados pela indústria de coprodutos, também são gerados: aproximadamente 110,6 Kg de DDG (grãos secos de destilaria), DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis) ou 112,8 de WDG (grãos úmidos de destilaria) e cerca de 13,7 litros de óleo de milho bruto. O DDG é o grão de milho seco obtido da destilação do cereal, utilizado pela indústria como alimentação de bovinos. Já o óleo mesmo produzido em menores quantidades, tem também sua relevância industrial, podendo ser usado na nutrição animal, produção de biodiesel, sabões, resinas, tintas ou óleos especiais. A composição dos grãos de destilaria, varia muito, e na literatura são encontrados diversos teores de nutrientes na composição. Em linhas gerais, o WDG pode apresentar, em média, 30% de MS (matéria seca), 10% de EE (extrato etéreo), 40% de FDN (fibra em detergente neutro) e 32% de PB (proteína bruta). As concentrações de proteína, gordura, fibra e fósforo são três vezes maiores nos grãos de destilaria em comparação com o grão. Já o DDGS pode apresentar de 88% a 90% no conteúdo de MS, 25% a 32% de PB, 43% a 53% de PDR (proteína degradável do rúmen), 47% a 57% de PNDR (proteína não degradável no rúmen), 39% a 45% de FDN, 8,8% a 12,4% de lipídios e 85% a 90% de NDT (nutrientes digestíveis totais). O uso dos coprodutos na alimentação de bovinos traz vários benefícios que podem melhorar a produção pecuária de forma econômica e sustentável. O DDG é uma fonte rica em energia e proteínas, primordial para acurar o desempenho produtivo de rebanhos bovinos. A sua composição variada, que engloba fibras e minerais, coopera para uma dieta mais balanceada e nutritiva. Economicamente, o DDG é vantajoso por ser mais acessível que outras fontes de proteínas como por exemplo o farelo de soja, auxiliando na redução dos custos com a alimentação, ponto importante, em épocas de alta nos preções dos grãos. Além disso a inclusão de DDG também promove a saúde ruminal, melhorando a digestão e a eficiência alimentar. Por fim, utilizar DDG como parte da alimentação animal ajuda a minimizar o desperdício de resíduos da indústria de etanol, contribuindo para práticas de produção mais sustentável. Autora: Stéphani Borges Campos, Stefany Rodrigues Pereira e Mariana Buranelo Egea. Referências bibliográficas com as autoras. Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
    Por: Redação

    Artigos Relacionados: