• Quinta-feira, 5 de junho de 2025

Espiões da Rússia no Brasil expõem tensão entre Abin e Polícia Federal

Vazamento de investigação da PF sobre espiões da Rússia gerou mal-estar nos corredores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)

A chamada revelada em reportagem do The New York Times na última semana, expôs, ainda mais, a recente tensão entre a e a Polícia Federal (PF). Espiões da Rússia no Brasil Em 21 de maio, o jornal norte-americano trouxe à tona o caso e o A reportagem foi baseada em investigações da PF, que expôs a identidade de nove suspeitos de serem espiões da Rússia. Deste número, apenas um segue em solo brasileiro, cumprindo pena em uma prisão de Brasília.  O alvo dos espiões, contudo, não seria o Brasil. Eles usaram o país apenas para conseguir documentos, obtidos por meio de falhas no sistema de registro brasileiro, para alcançar um passaporte brasileiro.  O passaporte do Brasil é um dos mais bem vistos ao redor do mundo, o que facilitaria a entrada em outras nações para fins de espionagem. Na extensa reportagem do jornal norte-americano, a agência de inteligência não foi citada nenhuma vez – ainda que o tema seja, em tese, de competência da Abin, que também participou das investigações. Segundo fontes ligadas a agência de inteligência brasileira ouvidas pelo Metrópoles, sob condição de anonimato, o novo episódio demonstra o “modus operandi” adotado pela PF nos últimos anos: “Parece que eles [PF] buscam enfraquecer a Abin, com o objetivo de tomar as competências do trabalho realizado pela agência para si”, disse um funcionário do órgão de inteligência. A estimativa é de que o orçamento da agência seja o menor nos últimos 14 anos. Além da falta de apoio do governo federal, servidores apontam o atual diretor do órgão, Luiz Fernando Corrêa, como um “burocratizador” que impede o andamento dos trabalhos do órgão. O delegado da PF foi indicado ao cargo em 2023, pelo presidente Leia também Caso pensado? Segundo a reportagem do NYT, a operação da PF, que localizou os nove espiões russos no Brasil, contou com a ajuda de serviços de inteligência de países aliados. Entre elas, o dos Por isso – e pelas acusações recentes de vazamentos por parte da PF -, corre pelos corredores da Abin a possibilidade de que a cooperação norte-americana possa ter um fundo político. O objetivo, segundo pessoas ouvidas pela reportagem, poderia ser desestabilização da relação entre Brasil e Os dois países não só possuem um histórico de cooperação, como têm estreitado laços nos últimos anos. “Será que não foi caso pensado [a entrega de informações ao Brasil] pela CIA, para tentar prejudicar a relação diplomática entre Brasília e Moscou?”, indagou uma fonte ouvida pela reportagem. O Metrópoles questionou a Polícia Federal (PF) sobre as alegações vindas de funcionários da Abin ouvidas pela reportagem. Até a publicação desta matéria, não houve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.
Por: Metrópoles

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