• Sábado, 28 de junho de 2025

Erika Hilton diz ter sido ingênua após contratar maquiadores em gabinete

Deputada afirma que é preciso ter “cuidado”, porque a "extrema-direita" cria narrativas para atacar adversários políticos.

A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) disse que foi “ingênua” no caso dos maquiadores que foram contratados como assessores de seu gabinete. Ela negou ter cometido alguma ilegalidade, mas afirmou ser preciso “tomar cuidado” com a “extrema-direita”. Segundo ela, os opositores usam de narrativas falsas para atacar adversários políticos.

Erika Hilton afirmou ter provas de que Ronaldo Hass e Índy Montiel trabalham como assessores, apesar de, em “acordo pessoal de amigos”, também fazerem serviços de maquiagem. “Talvez houvesse uma ingenuidade de alguém que não estava agindo fora da lei, de alguém que não estava cometendo nenhum tipo de crime. Quando a gente não está fazendo nada que é criminoso ou do qual a gente não precise se envergonhar no futuro, a gente age com naturalidade”, disse. As declarações foram dadas em entrevista ao UOL publicada na 6ª feira (27.jun.2025).

“Talvez por eu ser extremamente combativa e por enfrentar a extrema-direita da maneira como eu enfrento, eu fui ingênua em não tomar algum tipo de cuidado para não permitir que narrativas fossem construídas”, declarou a congressista.

A deputada disse que é jovem, está no 1º mandato federal e tem “entregas muito importantes que incomodam” os adversários políticos.

Eu quero concordar que talvez eu tenha sido ingênua e que a minha ingenuidade é reflexo da minha tranquilidade. Eu fui ingênua, porque estava tranquila, porque não achava que tinha o que esconder, não achava que tinha que ter receio, mas a vida é dura […] Os nossos adversários estão sempre prontos para construir narrativas e estão desprezando o tempo todo se elas são verdadeiras e se nós temos provas”, afirmou.

Erika também foi questionada se “tem erro” ao contratar pessoas que não têm perfil técnico para atividade legislativa. Leia o que foi questionado e a resposta:

Jornalista Fabíola Cidral: Algumas pessoas também entendem como um erro. A gente vê pessoas sendo contratadas ‘porque era meu parceiro de luta, porque era uma pessoa que eu tinha muito confiança’ e que faltam cargos mais técnicos. Cargos que sejam de maior transparência. Acha que isso deveria mudar no Congresso Brasileiro? […] Tem erro aí?

Erika Hilton: Tem erro, Fabíola. Tem erro no Orçamento secreto. Tem erro nas contratações. Tem uma série de erros na política que nós denunciamos e combatemos todos os dias na política.

A deputada disse que os 2 assessores são contratados para articulação com movimentos sociais e não para fazer maquiagem. Afirmou que eles também “quebram um galho” na produção audiovisual

Questionada se Ronaldo Hass e Índy Montiel atuam fazendo maquiagem, a deputada respondeu que não. “Esses 2 assessores são pessoas da minha confiança. São pessoas LGBTs e, em determinadas ocasiões, de maneira esporádica, fizeram, sim, fora do nosso combinado de trabalho, maquiagem em mim”, disse.

Ambos estão contratados como secretários parlamentares e já maquiaram a congressista em diversas ocasiões. Segundo o portal da Câmara, Ronaldo Hass recebe atualmente salário de R$ 9.678,22. Já Montiel tem remuneração mensal de R$ 2.126,59.

Ela já se posicionou anteriormente sobre o caso. Disse que era “invenção” que eles foram contratados para trabalhar como maquiadores. “Não são trabalhadores para fazerem maquiagem. Muito pelo contrário, fazem parte do núcleo duro do meu mandato, com atribuições claras e com trabalho que pode ser comprovado pelas fotos da Câmara dos Deputados que mostram ele trabalhando na comissão”, declarou.

Erika afirmou que a Indy é de Brasília e está frequentemente no Congresso, enquanto Ronaldo fica em São Paulo.

A deputada criticou a imprensa por noticiar o caso. Afirmou que foi feita uma publicação na rede social X (ex-Twitter) que resultou na divulgação nacional. Sem citar nomes, ela sugeriu que uma pessoa publicou a informação porque não teve um flerte “correspondido” por um dos assessores envolvidos.

“Não entendo como que um tweet de uma pessoa qualquer pode embasar, inclusive, notícias por setores da imprensa, inclusive um tweet de uma pessoa que nós temos prova que flertava com um desses assessores. Não foi correspondido e se sentiu autorizado a criar essa alegação de que eu havia contratado exclusivamente esses assessores para fazer maquiagem em mim”, disse a deputada.

Por: Poder360

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