• Quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Erika Hilton diz que candidatura de Flávio é "atitude patética"

Para a parlamentar, a movimentação serviria para criar um “frisson” com o objetivo de pressionar por algum tipo de anistia.

A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) considerou na 3ª feira (16.dez.2025) a candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência em 2026 “mais uma atitude patética” do senador. Em entrevista ao Poder360, a deputada disse que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não tem condições para angariar votos para a disputa.

“Ali todo mundo é muito patético. Não é à toa que eu chamei de pateta na última [sessão da] Comissão de Direitos Humanos e acho que isso é mais uma atitude ridícula, é mais uma atitude patética. Não há a menor condição. O plano Bolsonaro, a família Bolsonaro, tem tomado decisões e caminhos cada vez mais burros e ignorantes do ponto de vista da política”, declarou a deputada.

Assista ao trecho da entrevista:

“Não é possível que, depois de tantos anos na vida pública, não saibam fazer cálculos eleitoral. Isso me parece um malabarismo que foi usado para criar o frisson necessário para tentar tirar algum tipo de anistia. Bolsonaro e Flávio devem saber que Flávio não tem a menor condição. […] Eu acho que não vinga e se vingar para nós será uma grande alegria porque conseguiríamos superar essas eleições já no 1º turno”, declarou.

A deputada criticou a gestão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Erika declarou que Motta buscou um mandato voltado a agradar os 2 campos políticos, sem pautar assuntos importantes para a população.

“Eu acho que o presidente não teve pulso para conseguir organizar os trabalhos da casa, poderia, porque foi um presidente muito bem votado, ter feito uma gestão melhor, mas infelizmente não tem sido, até o momento, uma gestão satisfatória na minha avaliação”, disse.

Ao ser questionada sobre a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou que o Congresso “nunca teve a qualidade de baixo nível que tem agora”, a deputada concordou e declarou que a sociedade precisa “renovar” os congressistas eleitos.

“Nós estamos diante de um Congresso baixo que coloca pautas ruins, que vota de maneira ruim, que chantageia o Executivo sempre que pode, que desrespeita o Legislativo, o Judiciário, cria ali uma atenção muitas vezes desnecessária. […] Nós precisamos, inclusive, renovar o Congresso Nacional para que represente cada vez mais os interesses das pessoas, os interesses do povo e possa sair desse lugar tão ruim que entrou nos últimos anos”, disse.

A Câmara dos Deputados aprovou durante a madrugada de 10 de dezembro de 2025 o PL da Dosimetria –alternativa ao PL da Anistia, que reduz a pena de todos os condenados pelos atos de vandalismo do 8 de Janeiro e também daqueles que foram condenados pela tentativa de golpe de Estado, como o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Assista à íntegra da entrevista (49min38s):

Erika Hilton foi eleita em 2022 com 256.903 votos e se tornou a 1ª mulher trans e negra a ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Tomou posse em 1º de fevereiro de 2023, para a legislatura 2023–2027.

Antes disso, Erika já havia se destacado na política municipal. Em 2020, foi eleita vereadora da cidade de São Paulo, sendo a mulher trans mais votada do país naquele pleito. Conhecida por sua atuação em pautas ligadas aos direitos humanos, igualdade racial e direitos da população LGBTQIA+, Hilton construiu sua trajetória política a partir do ativismo social e da defesa de grupos historicamente marginalizados.

Por: Poder360

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