• Quarta-feira, 4 de junho de 2025

Edinho Silva fica isolado em 1º bloco do debate do PT para presidente

O ex-prefeito de Araraquara é apoiado pelo presidente Lula; a sigla está polarizada quanto à ideia de tê-lo no comando.

O 1º bloco do debate dos candidatos à presidência do PT (Partido dos Trabalhadores) foi marcado pelo isolamento do candidato e ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva. Apesar de ser apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a sigla está polarizada quanto à ideia de tê-lo no comando.

Quando os candidatos foram tirar uma foto, faziam “piadas” entre si, mas sempre deixando Edinho de fora. Observou-se risos. O ex-prefeito de Araraquara permaneceu sério.

O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) é apoiado por alas mais à esquerda da legenda e é o 2º favorito no pleito. O PED 2025 (Processo de Eleição Direta) está marcado para 6 de julho. Se precisar de um 2º turno, será no dia 20 do mesmo mês.

A pouco mais de 1 mês do PED 2025, os 4 candidatos à eleição da presidência da sigla realizaram nesta 2ª feira (2.jun.2025) um debate na sede da sigla, em Brasília.  O senador Humberto Costa (PT-CE) fez a abertura e a secretária nacional de Finanças e Planejamento da sigla, Gleide Andrade, a mediação.

Assista (ao vivo):

O debate foi dividido em 3 rodadas:

Leia os destaques da fala de abertura de cada candidato:

Edinho Silva tem 59 anos. Estudou ciências sociais na Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara e é mestre em engenharia de produção pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).

O petista foi prefeito de Araraquara em 2 períodos: de 2001 a 2008 e de 2017 a 2024. Edinho foi ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo de Dilma Rousseff, de 2015 a 2016.

Ele é candidato pela corrente CNB (Construindo um Novo Brasil), ala majoritária do PT que reúne o presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu, por exemplo. O próprio Lula tem manifestado apoio ao nome de Edinho em conversas com aliados.

A corrente, porém, vive uma disputa pelo controle de secretarias internas do PT, especialmente nas áreas de finanças e comunicação, pelas quais circulam o grosso do dinheiro dos fundos partidário e eleitoral.

Edinho quer indicar nomes para essas áreas em caso de vitória. A dissidência da CNB, ligada a Gleisi Hoffmann, pretende manter o controle sobre elas.

O ex-prefeito de Araraquara defende que é preciso ampliar as alianças políticas do governo. “Precisamos construir alianças políticas amplas, mas mantendo nossa identidade e protagonismo. O PT deve ser a espinha dorsal do campo democrático e popular”, disse em seu manifesto. Eis a íntegra (188 KB – PDF).

O deputado federal, de 81 anos, é formado em direito pela USP (Universidade de São Paulo). Também foi deputado estadual por São Paulo.

Falcão comandou o PT nacionalmente em duas ocasiões: de 1993 a 1994 e de 2011 a 2017.

Tem ligações com integrantes da corrente Novo Rumo, mas é independente na disputa. É apoiado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e por alas da esquerda do partido, como a DS (Democracia Socialista).

Diferentemente de Edinho, critica o que chama de uma tentativa de“despolarização”, que, segundo ele, pode empurrar o partido para uma acomodação ao centro.

Dentre as suas propostas estão o apoio ao projeto que altera a escala de trabalho 6 X 1. O deputado defende principalmente uma reconexão do PT com sua base social.

Romênio Pereira tem 65 anos e foi um dos fundadores do partido, em 1980. É secretário de Relações Internacionais da sigla.

O petista é alinhado à corrente Movimento PT, com apoio de dirigentes locais especialmente na região Norte do país.

Pereira defende que o partido fortaleça sua atuação nos pequenos e médios municípios do país, e não somente no cenário nacional.

Formado em história e doutor em história econômica pela USP (Universidade de São Paulo), Valter Pomar tem 58 anos. É dirigente nacional do PT.

Valter representa a corrente Articulação de Esquerda. O petista é bem-visto por grupos que defendem o retorno à pauta socialista e a reformas estruturais, como a agrária.

Em entrevista ao site do PT, disse que a sigla está ameaçada não somente pelos “inimigos”, mas também por “erros e insuficiências” do próprio partido.

Gleisi Hoffmann comandou o PT de julho de 2017 a março de 2025, quando deixou o cargo para virar ministra de Lula.

Desde que entrou no governo, Gleisi não se envolveu publicamente na disputa interna pela sua sucessão no PT, apesar de ser incensada por Quaquá.

Atualmente, o partido é presidido interinamente pelo senador Humberto Costa (PE), alinhado a grupos da CNB que resistem a Edinho Silva.

Por: Poder360

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