Dólar sobe e Bolsa cai com temores sobre fiscal e “shutdown” de Trump
Moeda americana registrou alta de 0,20%, cotada a R$ 5,33, enquanto o Ibovespa fechou em queda de 1,08%, aos 143.949 pontos
Nesta quinta-feira (2/10), o registrou alta de 0,20%, cotado a R$ 5,33, num movimento que indicou razoável estabilidade da moeda americana em relação ao real. O , o principal índice da Bolsa brasileira (), fechou em queda de 1,08%, aos 143.949 pontos.
Na avaliação de analistas, no cenário internacional os mercados de câmbio e ações foram afetados pelo segundo dia de paralisação parcial do governo do presidente Donald Trump. O “shutdown” (literalmente, “desligamento”) é resultado da falta de acordo entre democratas e republicanos sobre a aprovação do orçamento do país.
Leia também
Boa parte dos agentes econômicos avalia que, historicamente, os efeitos desse tipo de problema foram limitados na economia americana. O impacto, porém, acrescentam os especialistas, será determinado pela duração do “shutdown”.
Para a S&P Global Ratings, a paralisação pode reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) americano em 0,1 a 0,2 ponto percentual por semana. Desde já, ela comprometeu a divulgação de dados sobre a economia do país.
Sem informações
Nesta quinta-feira, não foram veiculadas informações sobre pedidos de auxílios-desemprego e encomendas da indústria dos Estados Unidos. Na sexta-feira (3/10), também não serão conhecidos os números do “payrooll”, um dos principais termômetros sobre o mercado de trabalho americano.
Sem esses índices, principalmente o “payroll”, os investidores ficam sem referência para avaliar os próximos movimentos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em relação a novos cortes das taxas de juros do país. Quando os indicadores de emprego são positivos, com elevada geração de vagas, a economia pode estar aquecida, o que diminui a possibilidade de quedas das taxas. Um resultado fraco dos indicadores sinaliza o contrário. Ou seja, que os juros vão cair.
Estabilidade
Para Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o dólar encerrou o dia praticamente estável frente ao real, em sessão de baixa liquidez, marcada pela paralisação do governo americano e pela ausência de indicadores relevantes.
“No exterior, a moeda americana se valorizou ligeiramente diante de seus pares, enquanto, no Brasil, os juros futuros registraram alta moderada”, diz. “O Ibovespa corrigiu levemente depois de sinais mistos das bolsas de Nova York e da aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil.”
Shahini observa que o “shutdown” ainda está sendo tratado pelos investidores “mais como ruído do que como fator de risco”. “Mas que pode ganhar peso caso se prolongue”, afirma. “A expectativa de flexibilização monetária pelo Fed segue como suporte importante ao apetite por risco, ao lado do rali (alta sustentada de ações) de tecnologia e semicondutores impulsionado por inteligência artificial.”
Fiscal no radar
No cenário interno, os agentes econômicos digeriram a aprovação do projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Com a medida, avaliam analistas, preocupações sobre os gastos públicos no país retornaram ao radar dos investidores.
Ibovespa
No resultado do Ibovespa, pesaram as baixas de papéis de peso no índice, como os da Petrobras – e das demais empresas do setor. As ações ordinárias da estatal (com direito a voto em assembleias) recuavam 1,24%. O baque foi provocado pela quarta redução seguida do preço internacional do petróleo.
Nesta quinta-feira, o barril do tipo Brent (referência no mercado mundial) para dezembro caiu 1,02%, a US$ 65,35. O WTI (que baliza o mercado americano) para novembro baixou 2,10%, a US$ 60,48 por barril.
Por: Metrópoles