O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem surfado em pautas populares para tentar limpar a imagem da Câmara depois do desgaste com a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem, em setembro. A proposta, que torna quase nulos os caminhos para punir judicialmente um congressista, resultou em protestos nas 27 capitais estaduais do país.
O chefe da Casa Baixa tem priorizado pautar projetos com apelo social ou relacionados a temas que estejam em alta. Nas últimas semanas, Motta pautou o projeto que torna crime hediondo adulterar bebidas depois do boom de mortes por intoxicação por metanol, colocou em votação outro que proíbe a cobrança de bagagens de mão e pediu celeridade na tramitação da PEC da segurança depois da megaoperação no Rio de Janeiro.
Desde a aprovação da PEC da Blindagem em 16 de setembro, Motta pautou e aprovou ao menos 23 projetos. Dentre eles, 10 foram relacionadas ao Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro, e 6 sobre educação, em comemoração ao Dia dos Professores, celebrado em 15 de outubro.
Eis alguns os projetos aprovados pós-PEC:
Propostas como o PL da Dosimetria, consideradas mais sensíveis e com maior desaprovação popular, foram escanteadas. No caso desse projeto, o presidente da Câmara ainda espera o relatório do relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Mesmo pronto, o projeto não deve ir a plenário de imediato.
A proposta visa a reduzir as penas para os envolvidos no 8 de Janeiro e pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Uma pesquisa Pulso Brasil/Ipespe divulgada em 25 de setembro, 9 dias depois da aprovação da PEC, mostra que a atuação da Câmara é desaprovada por 70% da população. No último levantamento, realizado em julho, o percentual era de 63%. Eis a íntegra do documento (PDF – 707 kB).
A queda na avaliação negativa da Casa é manifestada entre eleitores de diferentes espectros políticos:






