O voto do ministro Luiz Fux na 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) pela absolvição de Jair Bolsonaro (PL) das acusações de tentativa de golpe de Estado repercutiu na imprensa internacional.
A agência Reuters, por exemplo, enfatizou nesta 5ª feira (11.set.2025) que Fux foi o 1º voto divergente do julgamento. Ressaltou, porém, que a condenação do ex-presidente brasileiro é quase certa.
A agência Associated Press destacou que Fux usou 13 horas na 4ª feira (10.set) para apresentar seu voto, sustentando que não havia provas consistentes para condenar Bolsonaro nos 5 crimes imputados.
O jornal The Washington Post publicou uma reportagem no mesmo tom e lembrou que a divergência pode ser explorada pela defesa de Bolsonaro em recursos futuros.
Ainda nos EUA, a agência Bloomberg enfatizou que Fux foi o 1º ministro a divergir e chamou atenção para a divisão interna na 1ª Turma.
Além de Fux, o relator Alexandre de Moraes e o colega Flávio Dino já votaram –ambos pela condenação de Bolsonaro e outros réus. Ainda faltam votar Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Na Argentina, o jornal La Nación afirmou que a divergência abre margem para recursos da defesa, inclusive em cortes internacionais. O jornal Clarín deu destaque ao pedido de nulidade do processo feito por Fux.
Na Europa, o Expresso, de Portugal, registrou que Fux pediu a anulação integral do processo e votou pela absolvição de Bolsonaro. O jornal citou a frase do ministro: “ninguém pode ser punido pela cogitação” de um golpe.
O El País, da Espanha, tratou o voto de Fux como uma discrepância relevante e afirmou que a divergência enfraquece a unanimidade esperada na turma.
O France 24, da França, destacou que o ministro buscou anular o caso por entender que o STF não tinha jurisdição. Na Itália, a Ansa, principal agência de notícias do país, sublinhou que Fux disse não haver provas suficientes para a condenação e lembrou que o julgamento ainda está em aberto.
A emissora Al Jazeera, do Qatar, reforçou o argumento de falta de jurisdição, apresentando-o como ponto central da defesa do ex-presidente.
O julgamento de Bolsonaro e de mais 7 réus por tentativa de golpe de Estado será retomado nesta 5ª feira (11.set.2025), a partir das 14h.
A expectativa é que o julgamento seja concluído até 6ª feira (12.set), com a discussão sobre a dosimetria das penas.