• Sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Desfecho do negócio de R$ 7,5 bilhões entre Minerva–Marfrig fica para 2026; entenda

Sem interessados na planta de Pirenópolis (GO), venda exigida pelo Cade deve ocorrer via leilão no primeiro semestre de 2026, encerrando um dos processos mais longos e complexos do setor de carnes no Brasil, acordo entre Minerva–Marfrig

Sem interessados na planta de Pirenópolis (GO), venda exigida pelo Cade deve ocorrer via leilão no primeiro semestre de 2026, encerrando um dos processos mais longos e complexos do setor de carnes no Brasil, acordo entre Minerva–Marfrig Quase três anos depois de anunciado, o acordo bilionário entre Minerva Foods e Marfrig ainda não teve seu capítulo final concluído. Avaliada em R$ 7,5 bilhões, a operação que envolveu a venda de mais de uma dezena de frigoríficos segue pendente de um último desfecho regulatório e agora tem prazo estendido até 2026. O motivo é a dificuldade de encontrar interessados em uma unidade localizada em Pirenópolis, em Goiás, cuja alienação foi determinada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) como condição para aprovação da transação . Anunciada em agosto de 2023, a negociação previa inicialmente a transferência de 16 plantas industriais da Marfrig (hoje MBRF) para a Minerva, incluindo unidades no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. No entanto, restrições impostas por órgãos reguladores reduziram o alcance do acordo.
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    No Brasil, o Cade exigiu desinvestimentos, enquanto no Uruguai a autoridade concorrencial local vetou a venda de três frigoríficos, o que fez com que a Minerva incorporasse, ao final, 12 unidades . window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});No caso específico de Goiás, o Cade entendeu que a manutenção da planta de Pirenópolis pela Minerva poderia gerar concentração excessiva no mercado de abate e desossa de bovinos no estado. Segundo estimativas do próprio tribunal, caso a unidade fosse mantida, Minerva e JBS concentrariam até 77% das compras de gado para abate em Goiás, um percentual considerado elevado sob a ótica concorrencial. Embora esteja desativado há anos, o frigorífico de Pirenópolis possui um ativo estratégico relevante: a autorização do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Esse selo é fundamental para a comercialização interestadual e, principalmente, para futuras habilitações de exportação. Em um país onde boa parte dos abates ocorre em plantas com inspeção apenas estadual, um SIF ativo torna a unidade potencialmente atrativa para grupos com foco em mercados externos — ainda que sejam necessários investimentos para a retomada das operações . Para viabilizar o chamado remédio concorrencial, o Cade estabeleceu um prazo de 24 meses para que a Minerva encontrasse um comprador para a planta goiana. Como não houve interessados no primeiro ano, o órgão autorizou a contratação de uma consultoria independente, responsável por definir um valor mínimo de referência para a realização de um leilão, previsto agora para ocorrer até o fim do primeiro semestre de 2026. Mesmo assim, o próprio Cade reconhece que o cenário pode não mudar. Caso o leilão também não desperte interesse do mercado, a Minerva poderá permanecer com o ativo, sem que isso represente descumprimento da decisão. O conselheiro-relator do caso, Carlos Jacques, indicou que, nesse contexto, o tribunal não deve reabrir a discussão sobre a operação. Enquanto isso, Goiás segue como um dos polos mais estratégicos da pecuária nacional, reunindo oferta robusta de bois terminados, logística favorável e presença das grandes processadoras de carne do país. No desenho final da operação, a Minerva permanecerá com duas plantas no estado, localizadas nos municípios de Mineiros e Palmeiras, consolidando sua atuação regional enquanto aguarda o encerramento definitivo de um dos negócios mais emblemáticos do setor de proteínas nos últimos anos.
    Por: Redação

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