O deputado federal Diego Garcia (Republicanos-PR) será o relator do pedido de cassação da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça da Câmara). A definição foi feita pelo presidente da comissão, Paulo Azi (União Brasil-BA) nesta 3ª feira (17.jun.2025).
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou o pedido de cassação ao colegiado em 12 de junho. O STF (Supremo Tribunal Federal) condenou a congressista a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e pediu à Câmara que formalizasse a perda de mandato de Zambelli.
Segundo o regimento interno da Casa, Zambelli tem até 5 reuniões da CCJ para apresentar defesa. Depois, o colegiado decidirá pelo arquivamento ou pela procedência do pedido.
Motta anunciou em 10 de junho que a perda de mandato da deputada será votada no plenário. Para que a deputada do PL perca o cargo serão necessários 257 votos favoráveis.
Ele recuou do posicionamento que havia adotado na 2ª feira (9.jun), quando declarou que “não cabia” aos congressistas votar a cassação da deputada.
A Câmara concedeu na 5ª feira (5.jun) licença de 127 dias a Zambelli. Ela pediu afastamento por “tratamento de saúde” por 7 dias e mais 120 por “interesse particular”.
Em 14 de maio, a 1ª Turma do STF condenou Zambelli, por unanimidade, a 10 anos de prisão, além da perda de mandato, por falsidade ideológica.
Ela e o hacker da “Vaza Jato”, Walter Delgatti Neto, tentaram invadir o sistema do CNJ para emitir um mandado de prisão para o ministro Alexandre de Moraes, como se ele mesmo tivesse determinado a própria prisão.
Segundo as investigações, a invasão foi executada por Delgatti, que confirmou ter realizado o trabalho a mando da deputada. O hacker foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão.
Zambelli declarou que havia deixado o Brasil em 3 de junho. Inicialmente, ela foi aos EUA. No dia seguinte, Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva e a suspensão das redes sociais de Zambelli.
O nome da congressista foi acrescentado à lista vermelha da Interpol em 5 de junho, a pedido de Moraes. Com isso, ela passou a ter o nome divulgado como foragida internacional e pode ser presa no exterior.
Em 6 de junho, a deputada disse à CNN Brasil que pretende se apresentar voluntariamente às autoridades italianas. No mesmo dia, a 1ª Turma do STF rejeitou, por unanimidade, o recurso da congressista contra a condenação.