A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal), nesta 2ª feira (15.dez.2025), autorização para a realização de uma cirurgia de urgência e a concessão de prisão domiciliar humanitária. No pedido enviado à Corte, os advogados alegam que exames recentes indicam agravamento do quadro de saúde do ex-chefe do Executivo. Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado na Superintendência da PF (Polícia Federal), em Brasília, desde 25 de novembro.
Os advogados afirmam que Bolsonaro tem hérnias dos 2 lados da virilha, que podem prender ou comprimir parte do intestino. Segundo a defesa, os exames de imagem realizados no domingo (14.nov) confirmaram a evolução do quadro clínico, o que tornaria necessária uma intervenção cirúrgica imediata.
No pedido encaminhado nesta 2ª feira (15.dez) ao ministro Alexandre de Moraes, relator da execução penal, os advogados sustentam que “o estado de saúde do sentenciado é grave, complexo e progressivamente debilitado” e que houve “evolução objetiva e comprovada do quadro clínico”, agora amparada por novo laudo médico conclusivo.
Bolsonaro passou por um exame de ultrassom na Superintendência da PF no domingo (14.nov) depois de Moraes autorizar a realização do exame na noite de sábado (13.dez), por pedido da defesa. Dois dias antes, o ministro havia determinado a realização de perícia médica oficial para avaliar se Bolsonaro necessita de intervenção cirúrgica imediata. A análise será feita pela PF no prazo de 15 dias.
O exame foi um ultrassom da região abdominal e da virilha. O resultado mostrou a presença de duas hérnias: uma do lado direito, em que parte do intestino se projeta para fora da parede abdominal quando há esforço, e outra do lado esquerdo, com deslocamento de tecido de gordura. Ambas são parcialmente redutíveis.
De acordo com relatório médico assinado pelo cirurgião Cláudio Birolini, o procedimento indicado é uma herniorrafia inguinal bilateral, a ser realizada em ambiente hospitalar, sob anestesia geral, com previsão de internação de 5 a 7 dias. O documento também cita a possibilidade de um procedimento para bloquear temporariamente o nervo frênico, responsável pelos movimentos do diafragma, como forma de controlar crises frequentes de soluço. Segundo os médicos, esses episódios aumentam a pressão no abdômen e podem piorar o quadro das hérnias.
A defesa argumenta que a permanência de Bolsonaro no sistema prisional é incompatível com o quadro de saúde atual e afirma que a postergação da cirurgia expõe o ex-presidente a risco concreto de agravamento súbito e internação emergencial. Por isso, além da autorização para o procedimento cirúrgico, os advogados pedem que os novos elementos médicos sejam considerados como reforço ao pedido de prisão domiciliar humanitária.





