• Domingo, 3 de agosto de 2025

Coronel diz que comemorava aniversário em "dia do golpe"

Rodrigo Bezerra Azevedo afirma em depoimento ao STF que sua localização é comprovável em 15 de dezembro de 2022.

O tenente-coronel do Exército Rodrigo Bezerra de Azevedo negou, em depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 2ª feira (28.jul.2025), qualquer envolvimento com um possível plano para prender ou matar o ministro Alexandre de Moraes. Ele é um dos 10 acusados do núcleo 3 da tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022.

De acordo com a PF (Polícia Federal), Azevedo estaria associado a outros acusados em uma “ação clandestina” que usaria técnicas de “anonimização” para prender ou executar o ministro do STF como parte da operação “Copa 2022”, ligada ao plano “Punhal Verde Amarelo”, idealizado pelo general da reserva Mário Fernandes.

Durante o interrogatório, o militar afirmou que não participou da ação e negou ter usado o celular vinculado ao codinome “Brasil”, associado a ele nas investigações. Azevedo destacou que, em 15 de dezembro de 2022 (data apontada pela PF como o dia previsto para a execução da operação), comemorava seu aniversário. “Eu estava em casa com a minha família”, disse. 

O réu afirmou que, desde a prisão, manteve “tranquilidade” por saber exatamente onde estava na ocasião. Também disse que o relatório da Polícia Federal não trouxe informações claras de localização obtidas por meio de estações rádio-base (ERBs) que poderiam confirmar seu paradeiro. 

Investigações da Polícia Federal indicam que o golpe de Estado estava marcado para o dia 15 de dezembro de 2022, quando era esperado que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) assinasse um decreto de estado de sítio ou de defesa, a fim de intervir no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e anular as eleições. No mesmo dia, Moraes seria preso e, segundo as investigações, morto por militares envolvidos no esquema. 

“A ação clandestina teve seu ápice no dia 15 de dezembro de 2022, quando era esperada a assinatura do decreto golpista pelo presidente Jair Bolsonaro”, diz um trecho do relatório da PF sobre o inquérito do golpe. O sigilo do documento foi derrubado em 26 de novembro de 2024.

As mensagens trocadas entre os integrantes do grupo “Copa 2022” mostram que os investigados estavam em campo, no dia 15 de dezembro, divididos em locais específicos para, “possivelmente”, executar ações com o objetivo de prender o ministro do STF, Alexandre de Moraes: 

Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República), os integrantes do núcleo 3 seriam responsáveis pelas “ações de campo” relacionadas ao monitoramento e neutralização de autoridades públicas. Também são acusados de promover ações táticas para “convencer e pressionar o alto comando do Exército a ultimar o golpe”.

Os réus são:

Acompanhe a transmissão ao vivo do interrogatório:

Por: Poder360

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