Principal inimigo
A Coreia do Sul já reagiu e "condena veementemente" a alteração constitucional e a “caracterização de Estado hostil”, acrescentando que o caminho traçado pelo Norte é "um ato anti-unificação e anti-nacional". O Ministério da Unificação, pasta que trata das relações com a Coreia do Norte, afirma que não vacilará em continuar uma política que construa linhas de sustentação “em direção à reunificação pacífica, baseada no princípio básico de liberdade e democracia". Em janeiro, Kim Jong-un propôs uma emenda constitucional para retirar a unificação como objetivo de traçar laços com o Sul, argumentando que Seul conspirava com Washington a favor do colapso do regime comunista da Coreia do Norte. Kim acusava ainda os aliados de tramarem contra a definição clara do território do Norte. A Suprema Assembleia Popular da Coreia do Norte reuniu-se durante dois dias na semana passada, para preparar a alteração da Constituição para designar oficialmente a Coreia do Sul como um país separado e identificá-lo como principal inimigo. Na terça-feira (15), os militares do Sul dispararam tiros de advertência perto da fronteira, em resposta às detonações do Norte nos trechos de estradas e linhas férreas. Pyongyang deixou claro que cortará completamente as áreas de passagem entre as Coreias e fortalecerá ainda mais as áreas do lado Norte da fronteira para confirmar o objetivo de um sistema de "dois Estados", descartando os antigos planos de unificação. O Ministério da Unificação da Coreia do Sul também sublinhou que o governo sul-coreano responderá severamente a quaisquer provocações da Coreia do Norte. Entretanto, nos últimos meses, a Coreia do Norte removeu os monumentos que simbolizavam a reaproximação com a Coreia do Sul e aboliu agências estatais que lidavam com as relações intercoreanas. As estradas agora parcialmente destruídas foram construídas majoritariamente com dinheiro sul-coreano. As ligações rodoviárias e ferroviárias já foram um símbolo dos movimentos de reconciliação entre os dois países.Alerta
“A Coreia do Norte ficou tão atrás do Sul que qualquer intercâmbio social ou integração financeira pode parecer um caminho para a unificação por absorção”, observa Leif-Eric Easley, professor de estudos internacionais na Ewha Womans University, em Seul, citado na agência Associated Press. “A rejeição de Pyongyang à unificação pacífica das Coreias é, portanto, uma estratégia para a sobrevivência do regime e manutenção do controle doméstico. Isso não é só um mau presságio para a diplomacia, como também pode tornar-se uma ideologia para motivar a agressão militar contra Seul”, alerta Easley. *É proibida a reprodução deste conteúdo Relacionadas
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