• Sábado, 20 de setembro de 2025

Conselho de Segurança da ONU mantém sanções ao Irã

Teerã e potências europeias ainda podem tentar acordo para adiamento

O Conselho de Segurança das Nações Unidas rejeitou um projeto de resolução nesta sexta-feira para suspender permanentemente as sanções ao Irã, mas Teerã e as principais potências europeias ainda têm oito dias para tentar chegar a um acordo para um adiamento. Composto por 15 membros, o Conselho de Segurança da ONU teve que votar o projeto de resolução na sexta-feira, em meio a um processo de 30 dias lançado pelo Reino Unido, a França e a Alemanha em 28 de agosto para reimpor as sanções da ONU, acusando Teerã de não cumprir acordo de 2015 com as potências mundiais para impedir o desenvolvimento de uma arma nuclear. O Irã nega ter qualquer intenção nesse sentido. Rússia, China, Paquistão e Argélia votaram a favor do texto preliminar nesta sexta-feira. Nove membros votaram contra e dois se abstiveram. A votação do Conselho de Segurança marca o início de uma semana de intensa diplomacia enquanto os líderes mundiais -- incluindo o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian -- estão em Nova York para a Assembleia Geral da ONU. "A porta para a diplomacia não está fechada, mas será o Irã, e não os adversários, que decidirá com quem e em que base se engajar", disse o embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, a jornalistas após a votação. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, se reunirá com seus colegas europeus em Nova York na próxima semana, à margem da Assembleia Geral da ONU, disse ele, acrescentando que a votação dividida desta sexta-feira ilustra que "não há consenso no conselho". O Reino Unido, a França e a Alemanha se ofereceram para adiar o restabelecimento das sanções por até seis meses -- para abrir espaço para conversas sobre um acordo de longo prazo sobre o programa nuclear de Teerã -- se o Irã restabelecer o acesso dos inspetores nucleares da ONU, abordar as preocupações sobre seu estoque de urânio enriquecido e se envolver em conversas com os Estados Unidos. "Sem que essas condições mais básicas sejam atendidas, não há um caminho claro para uma solução diplomática rápida", disse a embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, ao conselho. "Estamos prontos para novos compromissos, diplomaticamente, na próxima semana e além, para tentar resolver as diferenças." Qualquer atraso na reimposição das sanções exigiria uma resolução do Conselho de Segurança. Se não for possível chegar a um acordo para uma extensão até o final de 27 de setembro, todas as sanções da ONU serão retomadas. A embaixadora interina dos EUA, Dorothy Shea, disse que, embora os EUA tenham votado contra a resolução nesta sexta-feira, isso "não impede a possibilidade de uma diplomacia real", acrescentando que o retorno das sanções ao Irã "não impede a remoção posterior por meio da diplomacia". "Mais importante ainda, o presidente Trump continuou a reiterar a prontidão contínua dos Estados Unidos para um diálogo significativo, direto e com prazo determinado com o Irã -- seja antes da conclusão do processo de retorno das sanções em 27 de setembro ou depois", disse ela ao conselho. O embaixador francês na ONU, Jerome Bonnafont, disse que, desde que o processo de 30 dias -- conhecido como snapback -- foi acionado, os ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Reino Unido se reuniram duas vezes com seu colega iraniano. "Nossa mão continua estendida para encontrar uma solução negociada", disse ele ao conselho antes da votação. Separadamente, aliados estratégicos do Irã, a Rússia e a China, finalizaram um projeto de resolução do Conselho de Segurança no final do mês passado que estenderia o acordo de 2015 por seis meses e exortaria todas as partes a retomarem imediatamente as negociações. Mas eles ainda não solicitaram uma votação. A Rússia e a China, que também são partes do acordo nuclear de 2015 com o Irã, rejeitaram a proposta dos europeus de reimpor as sanções da ONU ao Irã. O embaixador da China na ONU, Fu Cong, disse que a tentativa de desencadear o snapback foi "prejudicial ao esforço diplomático para uma retomada antecipada das negociações e pode até mesmo trazer consequências catastróficas que são impossíveis de prever e perder anos de esforços diplomáticos de uma só vez". * É proibida a reprodução deste conteúdo Relacionadas
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Por: Redação

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