A cidade de Cantão, capital da província de Guangdong, é a 5ª maior cidade chinesa com cerca de 18 milhões de habitantes –1,5 vezes a população de São Paulo– é conhecida como “a fábrica da China” e tem um forte comércio que atrai visitantes de todo o mundo, seja para emigrar ou para fazer negócios.
Um grupo que tem uma forte ligação com a cidade chinesa desde a 1ª metade da década de 2000 são os africanos. A China é a maior parceira comercial do continente africano desde 2009 e o fato de Cantão ter tido uma política de visto menos exigente do que de outros grandes centros e um comércio pulsante atraiu a atenção de milhares de africanos.
Segundo o IIAS (Instituto Internacional de Estudos da Ásia), a população de africanos em Cantão alcançou 200 mil na metade da década passada. O Poder360 visitou o bairro de Xiaobei, que é conhecido como uma das “pequenas Áfricas” de Cantão.
Assista (2min6s):
O bairro tem diversos restaurantes de comida africana ou árabe e também cafés de que servem grãos de origem africana. Salões de cabelo na região também estampam penteados para cabelos crespos e visuais de trança, o que não é comum em outras áreas da China.
Próximo à estação de metrô, existem lojas e centros comerciais que lembram a rua 25 de Março, em São Paulo, ou o Saara, no Rio. Nos estabelecimentos, é possível encontrar facilmente roupas típicas do continente africano e camisas de seleções nacionais da África.
A grande maioria dos africanos que visitam Cantão vem para fazer comércio, com vistos de 30 a 90 dias. Eles compram tecidos, eletrônicos e outros tipos de mercadorias para revender em seus países.
Nos centros comerciais e nas ruas existem diversas lojas que prestam serviços de envio de mercadorias para países na África. Algumas se anunciam como especialistas em enviar para um país específico como Senegal, Quênia ou Argélia.
A pandemia de covid-19 marcou o início da queda no número de africanos que vivem em Cantão. Entre as políticas adotadas pelo governo chinês na época, houve o endurecimento das emissões de vistos, além da restrição de viagens.
Uma reportagem da CNN publicada em 2021, estimou que a população de africanos residindo em Cantão caiu para menos de 5.000 no auge da pandemia. Atualmente, a mídia local estima que esse número está próximo de 20.000, cerca de 10% do que já foi.