• Sábado, 13 de dezembro de 2025

Cientistas criam ranking de bactérias intestinais que ajudam a saúde

Estudo identifica bactérias ligadas à saúde e à alimentação e mostra quais estão associadas a bons ou maus indicadores de saúde

Uma pesquisa publicada na na última quarta-feira (10/12) classificou centenas de bactérias intestinais de acordo com sua relação com a saúde e a dieta humana. O estudo, conduzido por cientistas da ZOE Ltd. no Reino Unido e a Universidade de Trento, Itália, mostra ou desfavoráveis à saúde e como elas se relacionam com padrões alimentares. A investigação identificou trilhões de micróbios que influenciam a digestão, o sistema imunológico e o metabolismo. Segundo os pesquisadores, embora estudos anteriores tenham sugerido que, faltava uma análise que ligasse de forma consistente espécies específicas de bactérias a marcadores de saúde e qualidade da dieta. Para preencher essa lacuna, os cientistas reuniram dados de mais de 34 mil participantes dos estudos ZOE Predict (série de ensaios clínicos realizados nos Estados Unidos e no Reino Unido), combinando informações sobre microbioma intestinal, hábitos alimentares, peso corporal e marcadores de saúde cardiometabólica. Leia também Como os cientistas criaram o ranking das bactérias Com esse conjunto de dados, o grupo de pesquisadores desenvolveu dois sistemas de classificação: o Classificação de Saúde do Microbioma ZOE 2025 e o Classificação da dieta do microbioma ZOE 2025. Esses rankings atribuíram com base na associação com saúde geral e qualidade da dieta. Espécies com ranking mais favorável tendem a aparecer com mais frequência em pessoas com menor índice de massa corporal (IMC) e melhores perfis de saúde, enquanto aquelas com ranking desfavorável aparecem mais em grupos com obesidade e doenças. Bactérias associadas a uma dieta mais saudável Faecalibacterium prausnitzii. Eubacterium siraeum. Roseburia intestinalis. Agathobacter rectalis. Subdoligranulum variabile. Coprococcus comes. Blautia wexlerae. Muitas delas pertencem a grupos bacterianos conhecidos por produzir ácidos graxos de cadeia curta, compostos associados à saúde intestinal e à redução de inflamação sistêmica. Além da análise observacional, os autores observaram que, em ensaios clínicos de intervenção dietética com 746 participantes, mudanças no padrão alimentar que favoreciam uma dieta melhor foram acompanhadas pelo aumento de micróbios favoráveis e redução dos desfavoráveis ao longo do tempo. O papel da alimentação na composição do microbioma Embora o estudo não prove causalidade, ou seja, não demonstre que uma bactéria causa saúde melhor ou pior, ele fornece um mapa robusto das ligações entre o microbioma, a dieta e indicadores de saúde. e, possivelmente, intervenções nutricionais personalizadas focadas na saúde intestinal. Em termos práticos, os resultados reforçam a importância de padrões alimentares saudáveis. Alimento ricos em fibras e alimentos vegetais tendem a favorecer micróbios associados a melhores indicadores de saúde, em oposição a dietas de baixa qualidade nutricional, associadas a bactérias ligadas a maior risco de doenças.
Por: Metrópoles

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