• Sexta-feira, 3 de outubro de 2025

China lança visto para atrair talentos do setor de tecnologia

A medida do governo chinês também mira profissionais das áreas de ciências, engenharia e matemática.

A China está criando uma categoria de visto para jovens estrangeiros do setor de tecnologia. A medida é anunciada no momento em que o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), eleva significativamente o custo para empresas norte-americanas contratarem trabalhadores estrangeiros altamente qualificados.

O país vai inserir o visto K na lista de vistos comuns, informou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores na 2ª feira (29.set.2025). A política, já incluída na versão revisada do Regulamento de Administração de Entrada e Saída de Estrangeiros desde 7 de agosto, tem o objetivo de atrair jovens profissionais das áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, as STEM.

A criação do visto K indica a intensificação do esforço da China para atrair talentos globais e reforçar suas capacidades tecnológicas, especialmente em setores estratégicos como semicondutores, onde está atrás dos Estados Unidos. A política contrasta com a posição migratória mais restritiva de Washington e evidencia a divergência crescente entre as duas maiores economias do mundo na disputa por domínio tecnológico e geopolítico.

No dia 19 de setembro, o presidente Donald Trump assinou um documento que impõe taxa de US$ 100 mil para certos tipos de visto concedidos a estrangeiros altamente qualificados.

O visto K tem como público estrangeiros com diploma universitário (ao menos bacharelado) em áreas STEM obtido em universidade ou instituição de pesquisa reconhecida, ou com experiência profissional relevante nesses setores. Segundo autoridades de órgãos como o Ministério das Relações Exteriores e a Administração Nacional de Imigração, o visto K oferecerá mais conveniência quanto à frequência de entrada, validade e duração de estada em relação aos 12 tipos de vistos comuns já existentes na China.

Os solicitantes não precisarão de convite de empregador chinês, o que deve simplificar o processo. Com o visto K, estrangeiros poderão participar de intercâmbios educacionais, científicos e culturais, além de realizar atividades empresariais e empreendedoras depois de chegar ao país. Os requisitos e procedimentos específicos de aplicação ainda não foram divulgados.

Até agora, o principal canal da China para atrair talentos estrangeiros era o visto R, voltado a especialistas de alto nível e profissionais urgentemente necessários. Mas o programa tem sido criticado por processos manuais longos, falta de flexibilidade e padrões inconsistentes para “talentos de alto nível” em diferentes regiões, segundo artigo de pesquisadores da Universidade de Segurança Pública do Povo da China.

Esta reportagem foi originalmente publicada em inglês pela Caixin Global em 3.out.2025. Foi traduzida e republicada pelo Poder360 sob acordo mútuo de compartilhamento de conteúdo.

Por: Poder360

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