Surto: França enfrenta o pior cenário sanitário do gado em anos e suspende exportação de bovinosSegundo Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a China é peça-chave no fornecimento mundial de fertilizantes nitrogenados e fosfatados, e quando redireciona sua produção ao mercado interno cria um efeito dominó na cadeia global. “As autoridades chinesas costumam priorizar o mercado doméstico nesse período, e isso compromete a oferta internacional”, observa. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Sem transparência sobre quando as restrições começam ou terminam, compradores no exterior ajustam suas posições às cegas — cenário que favorece volatilidade e disputas por cargas disponíveis. Os dados confirmam o tamanho dessa dependência. Em 2024, a China respondeu por 16% das exportações globais de MAP (fosfato monoamônico) — fertilizante amplamente usado na agricultura brasileira, em especial no preparo de solo. Isso significa que qualquer redução no fluxo chinês ao exterior pode influenciar diretamente o abastecimento e os preços no Brasil. Para os importadores brasileiros, o movimento tende a ser negativo. Menos produto no mercado internacional eleva a competição e pressiona cotações, dificultando a formação de estoques a custos competitivos. Na ponta da produção, o impacto chega aos agricultores, que já enfrentam custos elevados e relações de troca desfavoráveis em muitas praças. Mais adiante, isso pode repercutir nos custos de implantação de novas safras. Por outro lado, o calendário doméstico traz um ponto de amortecimento. A demanda brasileira por fertilizantes normalmente se concentra antes do plantio da safra de verão, reduzindo o ímpeto de compras nos meses finais do ano. Na avaliação de Pernías, o real impacto da restrição dependerá de quais tipos de fertilizantes forem afetados e de como se comportar a demanda segmentada em cada cultura. O cenário, portanto, é de atenção redobrada para o quarto trimestre de 2025, com questões ainda em aberto: haverá cortes parciais ou amplos? Afetarão apenas nitrogenados ou também fosfatados? A resposta chinesa ao seu próprio ciclo agrícola poderá redesenhar preços e fluxos logísticos em grande parte do planeta — incluindo o Brasil, um dos maiores compradores mundiais de adubo.
China deve restringir exportações de fertilizantes e acende alerta no mercado global
Medida prioriza o abastecimento interno de fertilizantes e pode afetar países dependentes, como o Brasil, no quarto trimestre de 2025
Medida prioriza o abastecimento interno de fertilizantes e pode afetar países dependentes, como o Brasil, no quarto trimestre de 2025 O mercado internacional de fertilizantes entrou em estado de alerta com a sinalização de que a China pode restringir suas exportações no quarto trimestre de 2025. A medida, segundo relatório recente da StoneX, uma empresa global centenária de serviços financeiros, com mais de 70 escritórios e presença em 180 países, costuma ser adotada anualmente antes da temporada de aplicação no país asiático e tem como objetivo garantir o abastecimento doméstico e estabilizar os preços para os agricultores chineses. Embora recorrente, a previsibilidade dessas restrições é baixa — e justamente a falta de clareza sobre o timing das decisões do governo chinês amplia a insegurança entre países importadores que dependem do insumo. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
Por: Redação