• Sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Cavalo “preguiçoso”? Exercícios simples ajudam a ativar resposta, energia e foco

Falta de condicionamento, tédio ou falhas na comunicação entre cavalo e cavaleiro estão entre as principais causas da lentidão nas respostas; especialistas apontam que estímulos mentais e transições bem executadas fazem toda a diferença.

Falta de condicionamento, tédio ou falhas na comunicação entre cavalo e cavaleiro estão entre as principais causas da lentidão nas respostas; especialistas apontam que estímulos mentais e transições bem executadas fazem toda a diferença. Você descreveria seu cavalo como preguiçoso? Antes de rotular o animal, é importante entender que a lentidão nas respostas raramente está ligada à “má vontade”. Na maioria dos casos, ela é consequência de fatores como baixo condicionamento físico, alimentação inadequada para a carga de trabalho, rotina repetitiva ou falhas no treinamento. Em situações mais delicadas, problemas de saúde, desconforto causado por sela mal ajustada ou dores musculares também podem estar por trás do comportamento apático — e essas possibilidades devem sempre ser descartadas primeiro. Cada cavalo reage de forma diferente ao treinamento. Alguns apresentam talento natural, mas quando exigidos além do básico, passam a demonstrar resistência, lentidão ou falta de iniciativa. Nesses casos, a solução não está em forçar mais, e sim em estimular o cérebro, melhorar a comunicação e canalizar a energia para atividades que despertem interesse e resposta imediata.
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    Um erro comum é encarar o aquecimento apenas como uma etapa mecânica. Para cavalos considerados preguiçosos, o aquecimento precisa ser dinâmico e variado, funcionando como um “despertar” físico e mental. window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Durante essa fase, vale investir em círculos, serpentinas, figuras em oito, mudanças frequentes de direção, passagem sobre postes no chão e túneis improvisados com cavaletes. Esses exercícios exigem atenção constante do animal e evitam que ele entre no modo automático. Além das transições tradicionais — como passo para trote ou trote para galope —, o ideal é solicitar mudanças dentro do mesmo andamento, como sair do galope reunido para o alongado e retornar. Esse tipo de trabalho revela rapidamente o nível de resposta do cavalo aos comandos de perna e mão.
    Foto: The horse staff
    Se o cavalo estiver apático, a orientação é clara: transforme o treino em algo “divertido” para ele. Identifique exercícios que despertem maior interesse e use isso a seu favor. Um cavalo engajado mentalmente tende a responder melhor fisicamente. Quando o cavalo demora a reagir, muitos cavaleiros cometem o erro de pressionar constantemente as pernas contra os flancos, o que, a médio prazo, torna o animal ainda mais insensível aos comandos. O correto é ensinar o cavalo a responder a estímulos claros e graduais, com as pernas permanecendo imóveis na maior parte do tempo. Assim, quando o comando for aplicado, ele terá significado real. Exercício prático de resposta à perna Divida seus auxílios em três níveis:
  • Toque suave
  • Aperto
  • Chute
  • Sempre comece pelo toque mais leve. Se o cavalo ignorar, avance para o próximo nível. Assim que ele responder, retire imediatamente a pressão. Esse método educa o cavalo a reagir rápido e evita o “vício” de respostas lentas. Um dos exercícios mais eficazes para ativar cavalos lentos é o trabalho com transições bem definidas e executadas em pontos específicos da pista ou do terreno. Escolher referências claras — como a linha central da pista, um ponto do campo ou até uma árvore durante um passeio — ajuda o cavaleiro a montar com mais precisão e o cavalo a antecipar que algo será pedido, mantendo-se atento. Exercício de transições controladas
  • Ao trote, execute uma serpentina de três voltas.
  • Sempre que cruzar a linha central, solicite a transição para o passo.
  • Caminhe alguns passos e retome o trote.
  • Seja assertivo: decida onde a transição vai acontecer e prepare-se para ela.
  • Embora seja amplamente utilizado para domar cavalos jovens e ensinar habilidades básicas, o trabalho no chão também oferece a possibilidade de um condicionamento físico significativo. Foto: Your Horse
    Com o tempo, as respostas se tornam mais rápidas e precisas. Se o cavalo começar a demonstrar mais energia ou até um leve grau de ansiedade, isso não é necessariamente ruim: significa que ele está mais conectado ao treino e exigirá menos esforço físico do cavaleiro. Além de reagir às pernas, o cavalo precisa trabalhar com postura correta e contato consistente nas rédeas. Exercícios em círculo ajudam muito nesse processo. Exercício de controle de ritmo e contato
  • Trabalhe em um redondel de 20 metros ao trote.
  • Faça variações de cadência dentro do mesmo andamento.
  • Ajuste a perna de forma gradual e, quando o cavalo avançar corretamente, ceda levemente as rédeas, permitindo que ele se projete para frente.
  • A progressão natural inclui transições de passo para galope em círculo, além de variações de galope reunido e alongado. No galope reunido, pense em um movimento pequeno, curto, redondo e ativo, sem perder impulsão. Exercícios como ceder à perna, recuar e deslocar garupa ou paleta tornam o cavalo mais leve, ágil e obediente. Eles ensinam o animal a sair da pressão da perna com eficiência, melhorando o controle geral. Uma boa sequência é trabalhar mudanças simples em serpentina, solicitando transições de galope para passo e retomando o galope ao cruzar a linha central. Se o cavalo ficar pesado na mão, alguns passos para trás antes de avançar novamente ajudam a reequilibrar.
    Foto: Rgrural
    Fora da pista, trabalhos em subidas e descidas são excelentes para desenvolver força, resistência e impulsão, com baixo impacto nas articulações. Já a variação de atividades — alternando pista, campo, trilhas e exercícios diferentes — evita o tédio e mantém o cavalo mentalmente ativo. O reforço positivo também é essencial. Um carinho no pescoço, a liberação da pressão ou uma pausa estratégica reforçam o comportamento correto e ajudam o cavalo a associar resposta rápida a conforto.
    Por: Redação

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