O Sistema Cantareira, principal fonte de água na região metropolitana de São Paulo, opera com 24,2% de seu “volume útil”, segundo medição realizada na manhã desta 6ª feira (24.out.2025) pela Sabesp. Trata-se do nível mais baixo registrado desde 1º de março de 2016, quando o sistema marcava 24% depois de 2 anos de crise hídrica.
A empresa de abastecimento, que desde 2024 está sob controle privado, reduziu a pressão nos canos de distribuição para economizar. A medida foi adotada em 27 de agosto de 2025 e ampliada em 22 de setembro. Isso interrompe o fornecimento para parte da população, que acaba dependendo da caixa d’água para não ficar de torneira seca.
A capacidade total do Sistema Cantareira é de 973 milhões de metros cúbicos, que atendem a 9 milhões de pessoas. O nível não ultrapassou 60% em nenhum momento durante o ano de 2025. O conjunto de represas, localizado ao norte da região metropolitana de São Paulo, enfrenta dificuldades por causa da falta de chuvas.
Diferentemente do período de 2014 a 2016, quando foi necessário utilizar o chamado “volume morto”, água abaixo do nível mínimo de captação convencional, a atual escassez não resulta de uma seca severa. Ainda assim as chuvas não deram conta. O Sistema Integrado Metropolitano opera com menos de 30% de sua capacidade, configurando a pior situação hídrica desde 2016.

O Sistema Alto Tietê, que abastece 4 milhões de pessoas, estava com 22,8% de sua capacidade na manhã desta 6ª feira (24.out). Outro sistema em situação difícil é o Rio Claro, que abastece 1,5 milhão de pessoas e estava operando com 24,4% de “volume útil” (diferença entre o volume total e o “volume morto”).

O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) classifica o cenário atual como “seca moderada”. Apesar de outubro marcar o início do período chuvoso, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) não prevê precipitações significativas para São Paulo nos próximos dias.
A redução da pressão da água nos encanamentos é usada regularmente pela Sabesp ao longo dos anos. No momento atual, a medida vigora por 10 horas, sempre das 19h às 5h. A empresa afirma estar investindo para reduzir as perdas sistêmicas –vazamentos ao longo da rede. Também atua contra os chamados “gatos”, conexões irregulares na rede de água e esgoto.
A ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) já autorizou a transposição de águas da bacia do rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira. O governo de São Paulo autorizou na 3ª feira (21.out.2025), em caráter emergencial, a captação de água no Ribeirão do Setubal, em Mairinque, para reforçar a segurança hídrica diante da estiagem.





