• Sábado, 6 de setembro de 2025

Cade aprova fusão entre BRF e Marfrig sem restrições

Conselho rejeita recurso apresentado pela Minerva dizendo que união prejudicaria interesses econômicos do setor.

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou sem restrições, nesta 6ª feira (5.set.2025) a fusão entre a Marfrig e a BRF, operação que dará origem à MBRF, gigante global do setor de proteína animal.

O caso, sob a relatoria do presidente do Cade, Gustavo Augusto, já havia sido aprovado –também sem restrições– pela Superintendência-Geral do órgão em junho, mas foi levado ao Tribunal do Cade depois de recurso da concorrente Minerva –alegou que seus interesses econômicos seriam potencialmente afetados pela fusão.

“O tribunal, por maioria, não conheceu do recurso da 3ª interessada, nos termos dos votos do conselheiro Vitor Fernandes. No mérito, o tribunal, por unanimidade, aprovou a operação sem restrições”, declarou o relator na reunião.

A empresa contestou a operação alegando riscos de concentração de mercado e levantou dúvidas sobre a participação da Salic, fundo soberano da Arábia Saudita que detém participação tanto na BRF quanto na própria Minerva. O temor era de possível troca de informações estratégicas entre concorrentes, criando distorções no setor.

Em agosto, o julgamento chegou a ser interrompido depois de pedido de vista do conselheiro Carlos Jacques, que avaliou a necessidade de analisar com mais profundidade a influência da Salic na governança da nova companhia. Até então, a maioria dos conselheiros já havia sinalizado voto favorável à aprovação sem restrições, mas a decisão final foi adiada.

Com a retomada do processo, Jacques liberou seu voto e aprovou a fusão sem restrições. A sessão extraordinária foi convocada exclusivamente para analisar o caso.

A operação prevê a incorporação da BRF pela Marfrig, com a criação da MBRF, empresa que deve atingir R$ 152 bilhões de receita anual consolidada e se tornar a segunda maior do setor no Brasil, atrás apenas da JBS. Além da aprovação do Cade, a fusão ainda depende de trâmites societários, incluindo a deliberação de acionistas em assembleia.

Por: Poder360

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