• Segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Brasileiro relata arrependimento ao lutar em guerra na Ucrânia

Homem foi recrutado por grupos na internet e prestou serviços militares ao governo ucraniano por cerca de dois meses

Um brasileiro morador de , no interior de Goiás, passou pouco mais de dois meses prestando serviços militares voluntários ao exército da Ucrânia na . Arrependido, o homem, de 28 anos, calcula ter gasto em torno de R$ 16 mil com as despesas da viagem. Como a maioria dos candidatos, ele foi recrutado em grupos oficiais no WhatsApp, Telegram e Instagram. As ofertas de emprego prometiam salários que chegavam a US$ 5 mil, cerca de R$ 25 mil. Leia também Em entrevista à GQ Brasil, o brasileiro preferiu não se identificar. Depois da experiência, que durou de 20 de maio a 1º de agosto, ele conseguiu voltar ao Brasil “com braços e pernas”. “Me arrependo. Não faria de novo. Nenhum dinheiro compensa”, relatou. Brasileiros na Ucrânia Desde o início da guerra, um alto número de brasileiros se juntou à forças da Ucrânia contra a Rússia. Com contratos que variam de US$ 550 e US$ 4.800, os brasileiros fazem parte da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, ligada ao Exército ucraniano. Em julho, o Itamaraty divulgou que tem registro de 9 brasileiros mortos e 17 desaparecidos em conflitos na Rússia e na Ucrânia. No mesmo mês, porém, fontes diplomáticas confirmaram ao Metrópoles que mais de 20 brasileiros estão desaparecidos no conflito. No mundo diplomático, um combatente com status de desaparecido é considerado morto, ainda que seu corpo não tenha sido encontrado. O brasileiro ficou alojado na 4ª Legião Nacional de Treinamento, uma unidade dentro da Legião Internacional de Defesa da Ucrânia destinada a soldados estrangeiros. Três refeições diárias eram garantidas, mas os combatentes precisavam pagar com o próprio bolso os custos de equipamentos mais adequados. “Eles forneciam o material completo, mas, se a gente quisesse um equipamento bom, tinha de comprar. Coletes, porta-carregadores… Para ter uma proteção mais ágil, tinha de tirar do próprio bolso”, explicou. Marcelo relatou que as condições de trabalho eram precárias e muito diferentes das prometidas pelos recrutadores, como a exigência de pagar as contas de gás e luz do alojamento. O homem soube que a esposa estava grávida do segundo filho um dia antes de embarcar para a Ucrânia. Ele viajou com a intenção de cumprir apenas seis meses de serviços militares e voltar com um bom dinheiro para a família. Quando chegou ao país, Marcelo teve de entregar o passaporte às autoridades e, posteriormente, o telefone. Porém, durante um telefonema à esposa, ele descobriu que elas estava com uma gravidez de risco. Marcelo, então, teve de entrar em negociações para recuperar o passaporte e voltar para casa. A posse do documento, porém, não facilitou o retorno. Ele enfrentou superiores e se recusou a prestar serviço. Em determinado momento, ele fugiu e conseguiu chegar ao Brasil. Famílias buscam respostas Como mostrou o Metrópoles, para lutar no conflito, mas acabaram morrendo em combate. No fim de junho, , enquanto lutavam ao lado de tropas da Ucrânia. Entre eles estão Gustavo Viana Lemos, natural de Santa Catarina, e Gabriel Pereira, nascido em Minas Gerais. A família de Gustavo relatou ao Metrópoles, no início deste mês, que estava vivendo no escuro, sem informações concretas e confirmação da morte do catarinense pelo governo ucraniano, ou pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Por: Metrópoles

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