O ministro Gilmar Mendes, decano do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou neste domingo (7.set.2025) que “não há no Brasil ‘ditadura da toga’, tampouco ministros agindo como tiranos”. A declaração, publicada em seu perfil no X, foi uma resposta indireta a declarações recentes da oposição e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que acusou o ministro Alexandre de Moraes de exercer uma “tirania”.
Segundo Gilmar, o Supremo “tem cumprido seu papel de guardião da Constituição e do Estado de Direito, impedindo retrocessos e preservando as garantias fundamentais”.
Mais cedo, durante ato na av. Paulista, Tarcísio criticou o STF. “Não vamos aceitar a ditadura de um poder sobre o outro. Chega do abuso!”, afirmou. Ele citou diretamente o ministro do tribunal Alexandre de Moraes. “Ninguém aguenta mais tirania de um ministro como Moraes.”
O decano aproveitou o 7 de Setembro para lembrar os riscos do autoritarismo, citando episódios recentes: “Milhares de mortos em uma pandemia, vacinas deliberadamente negligenciadas por autoridades, ameaças ao sistema eleitoral e à separação de Poderes, acampamentos diante de quartéis pedindo intervenção militar, tentativa de golpe de Estado com violência e destruição do patrimônio público, além de planos de assassinato contra autoridades da República”.
O ministro também defendeu punição rigorosa aos envolvidos em ataques à democracia. “O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo. É fundamental que se reafirme: crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão! Cabe às instituições puni-los com rigor e garantir que jamais se repitam”, escreveu.
Leia a íntegra do que disse o ministro:
“No Dia da Independência, é oportuno reiterar que a verdadeira liberdade não nasce de ataques às instituições, mas do seu fortalecimento. Não há no Brasil “ditadura da toga”, tampouco ministros agindo como tiranos. O STF tem cumprido seu papel de guardião da Constituição e do Estado de Direito, impedindo retrocessos e preservando as garantias fundamentais. Se quisermos falar sobre os perigos do autoritarismo, basta recordar o passado recente de nosso país: milhares de mortos em uma pandemia, vacinas deliberadamente negligenciadas por autoridades, ameaças ao sistema eleitoral e à separação de Poderes, acampamentos diante de quartéis pedindo intervenção militar, tentativa de golpe de Estado com violência e destruição do patrimônio público, além de planos de assassinato contra autoridades da República. O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo. É fundamental que se reafirme: crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão! Cabe às instituições puni-los com rigor e garantir que jamais se repitam.”