Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, reuniu-se com Jeffrey Epstein na residência oficial de Downing Street enquanto ainda era premiê, segundo informações divulgadas neste sábado (11.out.2025) pelo jornal britânico The Telegraph.
O encontro foi realizado em 14 de maio de 2002 e durou menos de 30 minutos, conforme revelado por documentos do Arquivo Nacional. O documento foi liberado depois de uma solicitação baseada na Lei de Liberdade de Informação.
Durante a reunião, os 2 discutiram políticas dos Estados Unidos e do Reino Unido. O encontro se deu 6 anos antes de Epstein se declarar culpado de solicitar prostituição de uma menor, fato que aconteceu em 2008.
Um memorando escrito pelo alto funcionário público Matthew Rycroft comprovou a existência da reunião. O documento, anteriormente classificado como restrito, informava Blair sobre o encontro marcado para as 17h daquele dia com Epstein, descrito como “super-rico”.
“Jeffrey Epstein vai vê-lo às 17h de hoje”, escreveu Rycroft no memorando preparado para Blair. O documento também mencionava: “Peter diz que Epstein agora viaja com Clinton e Clinton quer que você o conheça. Ele acha que valeria a pena conversar com ele sobre a) ciência e b) tendências econômicas e monetárias internacionais.”
Um porta-voz de Blair confirmou ao Telegraph que o ex-premiê teve apenas esse contato com Epstein. “Pelo que ele se lembra, o Sr. Blair se encontrou com ele por menos de 30 minutos em Downing Street, em 2002, e discutiu a política dos EUA e do Reino Unido. Ele nunca mais se encontrou ou se envolveu com ele”, disse o porta-voz.
“Isso foi, é claro, muito antes de seus crimes serem conhecidos e de sua condenação subsequente”, afirmou.
De acordo com o memorando, Epstein foi apresentado a Blair como “consultor financeiro de super-ricos e incorporador imobiliário” que era “muito rico e próximo do Duque de York”.
Lord Mandelson, que na época era parlamentar de base depois de ter renunciado duas vezes ao Gabinete de Blair, intermediou o encontro. Mandelson foi recentemente demitido do cargo de embaixador dos EUA (Estados Unidos da América) por Sir Keir Starmer depois de uma investigação do Telegraph sobre suas ligações com Epstein.
A divulgação do memorando estava programada para este ano, pelo Arquivo Nacional, seguindo regras que determinam que documentos governamentais sejam revelados depois de 20 anos. O projeto havia sido inicialmente bloqueado pelo governo por causa de preocupações sobre possíveis constrangimentos à Grã-Bretanha e impactos nas relações entre Reino Unido e EUA.