O deputado federal Luciano Bivar (União-PE), ex-presidente nacional do União Brasil, afirmou que Antonio Rueda, atual gestor do partido, recebia propina em troca de cargos em diretórios estaduais e municipais da legenda. Bivar disse ter presenciado transações que seriam irregulares, mas que não tem provas. Deu as declarações em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Em nota enviada ao jornal, Rueda chamou de “delírios” as declarações de Bivar. “Com pesar, digo que a trajetória do Sr. Luciano Bivar fala por si: foi rejeitado nas urnas, afastado pela Justiça, responde a processos e agora recorre a delírios e calúnias para tentar justificar sua irrelevância política. Lembro que, há pouco mais de 1 ano, ele chegou ao ponto de ameaçar de morte minha filha, que na época tinha apenas 12 anos. Esse episódio, por si só, revela quem ele realmente é – e o descredibiliza para a política e para qualquer brasileiro de bem”.
“Em troca, ele recebia propinas, e eu não acreditava que aquilo era verdade. Me penitencio muito por isso, porque não faltavam sinais, não faltavam denúncias, mas como eu já o conhecia há 20 anos —ou melhor, pensava que eu conhecia há 20 anos—, não acreditava”, disse Bivar.
Rueda deve presidir a federação entre União Brasil e PP, com 109 deputados e 14 senadores. Bivar pretende deixar o União Brasil até abril de 2026, durante a janela partidária, já que, segundo ele, não pode permanecer em uma legenda “dirigida por alguém que trata só de negociatas”.
Bivar e Rueda disputaram o comando do União Brasil em 2024.
A disputa foi acirrada e terminou com a vitória de Rueda. O deputado pernambucano havia sido afastado do partido naquele ano por suspeita de ameaçar o atual presidente da legenda. A tensão escalou quando duas casas da família de Rueda foram incendiadas.