Exportações de carne bovina brasileiras devem atingir 3,5 milhões de t em 2025, calcula AbiecO metano no centro da crítica à pecuária bovina Segundo Gates, o principal problema ambiental da pecuária está no sistema digestivo dos bovinos e de outros herbívoros, que libera grandes quantidades de metano durante o processo de fermentação entérica. Esse gás é considerado um dos mais agressivos ao clima: embora tenha uma permanência menor na atmosfera — cerca de 12 anos —, seu potencial de aquecimento global é até 86 vezes maior que o do dióxido de carbono (CO₂) no curto prazo . window._taboola = window._taboola || []; _taboola.push({mode:'thumbnails-mid', container:'taboola-mid-article-thumbnails', placement:'Mid Article Thumbnails', target_type: 'mix'});Dados citados pelo empresário indicam que as vacas são responsáveis por aproximadamente 6% das emissões globais de metano, enquanto mais de 60% desse gás provém de atividades humanas. Além do impacto climático, o metano também está associado a efeitos negativos sobre a saúde humana, a produtividade agrícola e o equilíbrio dos ecossistemas. Nesse cenário, Gates argumenta que reduzir o rebanho bovino global e substituir a carne tradicional por alternativas tecnológicas poderia gerar uma queda expressiva nas emissões, além de diminuir problemas relacionados ao manejo de dejetos, uso intensivo da terra e bem-estar animal. Carne artificial e à base de plantas como solução A principal aposta defendida por Bill Gates está nas chamadas carnes artificiais ou alternativas, desenvolvidas a partir de proteínas vegetais ou processos industriais que simulam sabor, textura e aparência da carne bovina. O empresário é investidor de empresas do setor, como Impossible Foods e Beyond Meat, que se tornaram símbolos dessa nova tendência alimentar. A Impossible Foods, por exemplo, utiliza ingredientes como proteína de soja, glúten de trigo, óleo de coco e óleo de girassol, com a proposta de oferecer produtos com impacto ambiental significativamente menor do que a carne bovina convencional. Já a Beyond Meat aposta em linhas diversificadas, como hambúrgueres, carnes moídas e embutidos vegetais, com teores de proteína que variam entre 12 e 21 gramas por porção, além do uso de óleos como o de abacate para melhorar o perfil nutricional. Na avaliação de Gates, essas alternativas não apenas ajudam o clima, mas também podem trazer benefícios à saúde. Ele afirma que o consumo desses produtos tende a ser “um pouco mais saudável”, especialmente pela redução do colesterol, quando comparado à carne bovina tradicional . Impactos além do meio ambiente O discurso do bilionário vai além das emissões. Para ele, a substituição da pecuária tradicional também representa uma redução na crueldade contra os animais, uma diminuição da pressão sobre áreas agrícolas e florestais e uma nova lógica de produção de alimentos, mais alinhada às demandas ambientais do século XXI. Apesar disso, a proposta gera forte resistência, especialmente em países com grande relevância econômica da pecuária, como o Brasil. Críticos argumentam que a carne bovina tem papel central na segurança alimentar, na geração de renda no meio rural e na economia global, além de destacar avanços recentes da própria pecuária em sustentabilidade, como integração lavoura-pecuária, recuperação de pastagens e redução da intensidade de emissões por quilo produzido. Um debate que tende a se intensificar As declarações de Bill Gates reforçam que o futuro da alimentação será um dos temas mais sensíveis dos próximos anos. De um lado, tecnologia, inovação e alternativas industriais ganham espaço como resposta às mudanças climáticas. Do outro, produtores rurais e especialistas defendem que a pecuária pode evoluir com mais eficiência, menor impacto ambiental e maior rastreabilidade, sem a necessidade de substituição total da carne bovina. O fato é que, com ou sem consenso, a discussão já está posta: o modelo tradicional de produção de carne está sob escrutínio global, e decisões tomadas hoje podem redefinir a forma como o mundo produz e consome proteína nas próximas décadas.
Bill Gates quer mudar a pecuária tradicional: a substituição da carne bovina pela carne artificial
Bilionário e um dos maiores donos de terras dos EUA, Bill Gates defende alternativas à carne bovina como estratégia para reduzir emissões de metano, impactos ambientais e pressão sobre o uso da terra, apostando em proteínas artificiais e à base de plantas como caminho para o futuro da alimentação
Bilionário e um dos maiores donos de terras dos EUA, Bill Gates defende alternativas à carne bovina como estratégia para reduzir emissões de metano, impactos ambientais e pressão sobre o uso da terra, apostando em proteínas artificiais e à base de plantas como caminho para o futuro da alimentação A discussão sobre o futuro da produção de alimentos voltou ao centro do debate global após declarações do empresário e filantropo Bill Gates – um dos maiores donos de terras dos EUA, que defende uma mudança profunda no modelo tradicional da pecuária bovina. Em um contexto de avanço das mudanças climáticas, pressão ambiental crescente e necessidade de reduzir emissões de gases de efeito estufa, Gates propõe que a carne bovina seja progressivamente substituída por alternativas artificiais e produtos à base de plantas, especialmente em países mais ricos e com alto consumo de proteína animal. A posição do empresário, divulgada em conteúdos publicados pelo Compre Rural com base em informações da Bloomberg, não surge de forma isolada. Ela está inserida em um debate mais amplo sobre como alimentar uma população mundial crescente sem ampliar os impactos ambientais associados à agropecuária, setor frequentemente apontado como um dos principais emissores de gases responsáveis pelo aquecimento global. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp
Por: Redação





