• Sábado, 23 de agosto de 2025

Banco suíço recebe multa bilionária em caso ligado à Lava Jato

Ministério Público da Suíça multou o J. Safra Sarasin em 3,5 milhões de francos por leniência com lavagem de dinheiro de 2011 a 2014.

Enquanto no Brasil quase todos os processos da Lava Jato contra empreiteiras e contra o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram anulados pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a Justiça de outros países segue condenando acusados. Agora, foi a vez do banco suíço J. Safra Sarasin, adquirido pelo Grupo Safra em 2011.

O Ministério Público da Suíça multou nesta 6ª feira (22.ago.2025) a instituição financeira em 3,5 milhões de francos suíços (US$ 4,3 milhões) por não ter tomado providências “razoáveis e necessárias” para impedir ações de lavagem de dinheiro que totalizaram 71 milhões de euros de 2011 a 2014.

O inquérito foi aberto pelo órgão suíço em novembro de 2018. Na ocasião, as apurações das autoridades do país indicaram que uma das ex-gestoras de patrimônio do banco teria atuado como cúmplice de um esquema de corrupção de “agentes públicos estrangeiros e lavagem de dinheiro agravada” –a Operação Lava Jato.

Em nota publicada nesta 6ª feira, o Ministério Público suíço afirmou que “a presente condenação está relacionada com o caso de corrupção internacional conhecido como ‘Lava Jato’, envolvendo a petrolífera estatal brasileira Petrobras, parte demandante no presente processo”. Leia a íntegra do comunicado.

Segundo a investigação, contas bancárias geridas pela instituição foram utilizadas para operações de suborno a executivos da Petrobras. O dinheiro teria sido usado para “favorecer interesses” de subsidiárias da estatal na “negociação e execução de contratos”.

“A investigação permitiu estabelecer que parte da clientela da antiga gestora de patrimônios, adquirida em particular enquanto trabalhava no J. Safra Sarasin, esteve envolvida no caso Lava Jato. […] Várias relações bancárias foram abertas no J. Safra Sarasin, na Suíça, e utilizadas para receber ou transferir pagamentos corruptos de cerca de dez empresas ativas no setor petrolífero e da construção civil”, diz a nota.

Na decisão publicada nesta 6ª feira, o MP suíço informou que o J. Safra Sarasin chegou a pagar US$ 19,7 milhões à Petrobras, que é uma das partes demandantes do processo.

Por este motivo, a Justiça do país europeu decidiu que nenhum pagamento adicional seria necessário além da multa aplicada ao banco.

Em nota divulgada à imprensa, o banco suiço afirmou: “Em 22 de agosto, a Procuradoria-Geral da Suíça encerrou de forma definitiva, o processo relacionado a eventos ocorridos há mais de dez anos. Esta decisão não constitui admissão de culpa nem aceitação de responsabilidade por parte do Banco ou de quaisquer de seus representantes”.

Por: Poder360

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