O Athletico Paranaense quitou a 2ª parcela da dívida referente à reforma da Arena da Baixada, atual Ligga Arena, para a Copa do Mundo de 2014.
O clube desembolsou R$ 67,5 milhões, conforme divulgado em seu balanço financeiro anual. O pagamento integra o acordo de renegociação firmado com a Fomento Paraná em julho de 2023.
Esta é a 2ª parcela anual paga pelo clube paranaense. A 1ª, no valor de R$ 67,6 milhões, foi quitada em junho de 2024. O valor final da obra do estádio foi fixado em R$ 590,4 milhões, após a Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) aprovar o perdão de juros e multas em outubro de 2022. Sem essa medida, o custo total chegaria a R$ 1,2 bilhão.
O acordo de renegociação estabelece o pagamento em 15 parcelas anuais, todas corrigidas pela taxa de juros de longo prazo mais 1,9% ao ano. O Athletico já havia desembolsado R$ 50 milhões à vista em julho de 2023, como parte inicial do acordo. Restam agora 13 parcelas anuais a serem quitadas.
A dívida envolve um Convênio Tripartite entre o clube, a Prefeitura de Curitiba e o Governo do Paraná. Cada ente público (Estado e Município) é responsável por R$ 73,4 milhões, destinados diretamente ao pagamento da dívida com a Fomento Paraná. O governo do Estado já cumpriu sua parte, repassando R$ 61,3 milhões para a prefeitura.
O Athletico mantém a posse dos títulos de potencial construtivo emitidos pela Prefeitura de Curitiba, estimados em R$ 232,5 milhões. O clube informou que recebeu da administração municipal R$ 6,9 milhões provenientes da comercialização desses títulos. Este valor ficou abaixo do esperado para 2025, já que estava “previsto em Decreto Municipal um repasse aproximado de R$ 20 milhões”.
A Arena da Baixada foi uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. O estádio localizado em Curitiba recebeu 4 partidas durante o torneio, incluindo o jogo entre Austrália e Espanha, vencido pelos espanhóis por 3 a 0.
A história dessa dívida começou em 2010, quando Athletico, Prefeitura e Governo do Estado assinaram um convênio para a reforma da Arena. Dois anos depois, o valor foi estabelecido em R$ 184,6 milhões em acordo tripartite. A disputa judicial durou mais de 9 anos e terminou em julho de 2023.
Em abril de 2020, uma perícia realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) não identificou sobrepreço por parte do clube. O órgão determinou o custo final da Arena em R$ 346 milhões. Em agosto de 2022, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Paraná emitiu parecer favorável ao Athletico e solicitou a divisão dos custos entre as três partes.
No final de 2022, o clube firmou acordo com a prefeitura para pagar R$ 32,9 milhões em 40 meses pelas desapropriações no entorno da Arena. Também se comprometeu a pagar R$ 3,2 milhões em 60 meses pelo prédio de imprensa não entregue ao Município.
