Representantes dos Estados Unidos e da China discutirão na Espanha, até a 6ª feira (19.set.2025), a rejeição dos importadores chineses em comprar soja e outros produtos agrícolas norte-americanos. Às vésperas do período de colheita, a situação impacta diretamente os produtores dos EUA–que tradicionalmente vendem mais da metade de sua produção de soja para o mercado asiático.
O impasse teve início quando o presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), impôs tarifas sobre produtos chineses, afirmando que as práticas econômicas do país asiático ameaçam a economia norte-americana. Em resposta, Pequim estabeleceu suas próprias tarifas sobre produtos dos EUA, incluindo a soja.
As taxas impostas pela China sobre a soja norte-americana atingiram 34%. O percentual torna o produto mais caro que o brasileiro, principal concorrente no mercado chinês. Segundo a mídia chinesa, o país está deliberadamente evitando comprar soja dos Estados Unidos como forma de pressionar o governo Trump.
Em 10 de agosto, Trump fez um apelo público ao presidente chinês Xi Jinping para que aumentasse as compras de soja americana “Nossos grandes agricultores produzem a soja mais robusta. Espero que a China quadruplique rapidamente seus pedidos de soja. Esta também é uma forma de reduzir substancialmente o déficit comercial da China com os EUA”, escreveu na rede Truth Social.
A situação é preocupante para os produtores norte-americanos porque a China, maior importadora mundial de soja, ainda não encomendou nenhum carregamento de soja norte-americana para o outono do hemisfério norte. No total, dezenas de milhões de toneladas serão colhidas em breve, mas sem destino de exportação definido.