Tempo de investigação
O relatório será enviado ao Ministério Público, que pode denunciar o casal à Justiça. A Polícia Civil informou que a investigação começou imediatamente após a notícia do crime e que foram analisadas as imagens e ouvidas testemunhas, além do casal de professores. A Agência Brasil questionou se o prazo de quatro meses até o indiciamento pode ser considerado adequado, mas não recebeu resposta. À Rádio Nacional, emissora da Empresa Brasil de Comunicação, a Polícia Civil informou que o tempo de quatro meses pode ser considerado normal para esse tipo de apuração, que o inquérito é uma peça técnica - com análise de imagens e tomada de depoimento, inclusive fora do país - e que a conclusão neste dia 20 de novembro não tem relação com o feriado da Consciência Negra. Para Jackeline Oliveira, o indiciamento ter sido feito no primeiro feriado nacional do Dia da Consciência Negra é simbólico e traz a esperança por justiça. “Nenhum avanço vem sem luta e toda luta é coletiva, principalmente, a luta contra o racismo”, disse à Agência Brasil. “Foram quatro meses de espera para que o inquérito se tornasse um processo e chegasse ao Ministério Público, mas chegou, e eu acredito que a justiça será feita! Vamos lutar por isso”, completou. O crime de racismo é inafiançável e imprescritível. Em caso de condenação, a pena prevista é de dois a cinco anos de reclusão.Mais denúncias
A jornalista acredita que o caso pode servir para que mais pessoas não se inibam de denunciar casos de preconceito e discriminação. “Nós, pessoas negras, nunca fomos incentivados a lutar pelos nossos direitos, a denunciar. Hoje sabemos que a lei precisa garantir nossos direitos, principalmente do bem viver”, afirma. “Se eu pudesse dar um recado para as pessoas que sofrem ou sofreram com esse crime, é: denunciem. Não se calem porque, quanto menos a gente se cala, mais voz nos damos a nossa geração”. A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa do casal indiciado. Relacionadas
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