• Terça-feira, 18 de novembro de 2025

Apesar de aumento no lucro, ação da Hapvida derrete na Bolsa. Entenda

Por volta das 13h25 (pelo horário de Brasília), os papéis da Hapvida negociados na B3 tombavam quase 45% (44,91%) e eram cotados a R$ 18,01

Apesar de ter reportado um crescimento em seu no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2024, a operadora de planos de saúde e odontológicos vê suas ações derreterem no pregão desta quinta-feira (13/11) da Bolsa de Valores do Brasil (). Por volta das 13h25 (pelo horário de Brasília), os papéis da companhia negociados na B3 tombavam quase 45% (44,91%) e eram cotados a R$ 18,01. A trajetória de queda das da Hapvida é observada desde o início do pregão. Logo na abertura, os papéis da operadora recuaram 33%, a R$ 22,09. As ações chegaram a entrar em leilão nesta quinta-feira. O leilão de ações é um mecanismo utilizado pelas bolsas de valores para equilibrar a oferta e a demanda de ações em momentos específicos do pregão. Ele assegura que o preço de uma ação reflita de forma mais precisa o equilíbrio entre compradores e vendedores. Leia também Resultados do 3º trimestre De acordo com o balanço financeiro divulgado pela Hapvida na noite dessa quarta-feira (12/11), o lucro líquido ajustado da empresa somou R$ 338 milhões no terceiro trimestre deste ano. O resultado representou um crescimento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2024. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 746,4 milhões, com uma queda anual de 17,6%. A média das estimativas do mercado apontava para um lucro líquido de R$ 248 milhões entre julho e setembro e um Ebitda de R$ 842 milhões. Por que o mercado se decepcionou Segundo analistas do mercado, apesar do resultado positivo e do aumento do lucro no terceiro trimestre, o desempenho da Hapvida foi considerado decepcionante. Para o Goldman Sachs, um dado negativo foi a queda de 1,4 ponto percentual no índice de sinistralidade médica (MLR) em relação ao trimestre anterior, o que foi atribuído a efeitos sazonais piores do que o esperado, além de custos fixos mais elevados após a abertura de unidades hospitalares e ambulatoriais e vendas mais fracas. Um outro problema apontado pelo banco é o fluxo de caixa livre negativo de R$ 234 milhões, com crescimento da dívida líquida em relação ao segundo trimestre. O BTG Pactual, por sua vez, classificou os resultados da operadora no terceiro trimestre como fracos, diante de uma combinação de fatores negativos como o fluxo de caixa livre ruim e o crescimento orgânico abaixo das expectativas iniciais. “Cortamos as estimativas oficiais de Ebitda para 2026 em 20% e mantivemos recomendação de compra, mas com menor confiança, reduzindo o preço-alvo de fim de 2026 para R$ 50 (ante R$ 67)”, diz o relatório do BTG. Outro banco, o JPMorgan, também cortou o preço-alvo, de R$ 52 para R$ 39, e ainda rebaixou a recomendação para as ações da Hapvida de “compra” para “neutra”. Segundo o banco norte-americano, os resultados da companhia foram fracos e ficaram abaixo das projeções do mercado. “Em nossa opinião, o mercado deve reagir negativamente aos resultados, visto que algumas pressões reveladas nos números provavelmente persistirão pelo menos durante a maior parte de 2026”, afirma o JPMorgan. “Por um lado, estão sendo realizados os investimentos estruturais necessários para lidar com as restrições de capacidade, reduzir o volume de reclamações e melhorar a percepção da qualidade do serviço, visando a uma trajetória de crescimento mais sustentável. Por outro lado, a empresa não está colhendo os benefícios disso, pelo menos por enquanto, já que as adições líquidas permanecem limitadas, com alta taxa de cancelamento persistente e preços restritos”, completa o banco dos EUA. Concorrência acirrada Para piorar o quadro, a Hapvida, segundo os analistas do mercado, vem enfrentando uma concorrência ainda mais acirrada na região metropolitana de São Paulo – onde a Amil vem mantendo uma postura comercial mais agressiva. Com isso, apontam os especialistas, a recuperação da lucratividade deve ocorrer de forma mais lenta até o fim do ano, possivelmente impulsionada por maiores volumes e tíquete médio.
Por: Metrópoles

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