• Terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Anvisa autoriza uso de Wegovy contra gordura no fígado

Remédio usado para controle de peso demonstrou eficácia no tratamento de doença que pode evoluir para cirrose hepática

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o uso do medicamento Wegovy, usado para auxiliar no emagrecimento, para tratar gordura no fígado com inflamação em adultos (condição também conhecida como Mash –sigla em inglês para esteato-hepatite associada à disfunção metabólica). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta 2ª feira (15.dez.2025). Eis a íntegra (PDF – 138 kB). 

Os resultados do estudo clínico Essence de fase 3, publicados em abril no The New England Journal of Medicine, fundamentaram a decisão regulatória. A pesquisa mostrou que 63% dos pacientes que receberam Wegovy conseguiram melhora da inflamação hepática, enquanto no grupo placebo esse resultado foi alcançado por 34,3% dos participantes.

O estudo também mostrou que 37% das pessoas tratadas com o medicamento apresentaram melhora na fibrose hepática, comparado a 22,4% daquelas que receberam placebo.

O Wegovy já tinha indicação anterior para controle de peso em adultos com obesidade ou sobrepeso. O medicamento também é indicado para adolescentes a partir de 12 anos com obesidade severa.

Desenvolvido pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, o medicamento injetável tem como princípio ativo a semaglutida, substância que imita a ação do hormônio GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1), responsável por regular o apetite, a saciedade e o metabolismo da glicose.

A semaglutida também é usada em outros medicamentos da mesma classe, indicados para o tratamento do diabetes tipo 2, e vem sendo associada a benefícios cardiovasculares e metabólicos em estudos clínicos de longo prazo.

A Mash é uma doença hepática causada pelo acúmulo de gordura no fígado associado à inflamação. Ela pode evoluir por anos sem apresentar sintomas nas fases iniciais.

Fatores como obesidade, diabetes tipo 2, colesterol e triglicerídeos elevados, hipertensão e resistência à insulina aumentam o risco de desenvolvimento da Mash. Os sinais clínicos incluem fadiga, dor abdominal, perda de peso sem causa aparente e inchaço. Geralmente indicam dano hepático avançado. 

Sem diagnóstico e tratamento, a doença pode levar a complicações como fibrose e cirrose hepática, insuficiência do fígado e câncer hepático. A doença também está associada a maior risco cardiovascular, elevando as chances de infarto e AVC (acidente vascular cerebral).

Por: Poder360

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