A diretora da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) Symone Araújo disse nesta 4ª feira (5.nov.2025) que o órgão incluirá 275 novos blocos de exploração de petróleo e gás natural no próximo ciclo da Oferta Permanente de Concessão, que deve ser realizado em 2026. Segundo ela, 2 blocos localizados em Roraima estão entre as novas áreas.
“O ciclo já está em planejamento e acrescentará 275 novos blocos aos blocos que já estão em oferta. E entre esses, há 2 blocos a serem ofertados em Roraima”, declarou no seminário “Energia e desenvolvimento regional: convergência para o Brasil do futuro”.
Cada bloco representa uma área do território nacional em que empresas interessadas podem realizar pesquisa, perfuração e produção de petróleo e gás. O objetivo da ANP é atrair investimentos privados, expandir a produção energética e estimular o desenvolvimento regional.
O modelo de Oferta Permanente permite que os blocos sejam oferecidos de forma contínua ao mercado, diferente das rodadas tradicionais, que são realizadas em datas específicas.
A nova rodada terá ênfase em blocos terrestres, considerados mais adequados à produção de gás natural, segundo a diretora. O setor de gás tem ganhado importância no Brasil como alternativa para a diversificação da matriz energética e para a transição energética do país.
“A ANP oferecerá basicamente blocos em terra que devem contemplar pelo menos 5 bacias sedimentares, como as da região Nordeste. São um ponto de vista dessa questão de desenvolvimento regional”, afirmou.
O edital da rodada deve ser finalizado ainda em 2025 e a expectativa é que o leilão seja feito no 1º semestre de 2026, caso haja manifestação de interesse do mercado.
Em 2025, a ANP concluiu 2 ciclos da Oferta Permanente, demonstrando que o modelo é eficaz na atração de empresas para áreas terrestres e marítimas. Com a inclusão dos 275 novos blocos, o total de áreas ofertadas na rodada chegará a 471, consolidando a estratégia de expansão da fronteira exploratória brasileira.
A importância da segurança energética para o desenvolvimento socioeconômico das regiões brasileiras foi tema do seminário “Energia e desenvolvimento regional: convergência para o Brasil do futuro”, nesta 4ª feira (5.nov), em Brasília. O evento abordou também o papel da regulação na atração de investimentos para o país liderar globalmente uma transição energética justa. A realização foi da Eneva, com o apoio do Poder360. Houve transmissão ao vivo no canal do jornal digital, no YouTube, nesta manhã.
Assista ao evento (4h29min9s):
Leia a programação:
9h |Painel de abertura
Mediador: Fernando Rodrigues, diretor de Redação do Poder360
9h30 | Conversa com CEO
Mediador: Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura)
9h45 | Painel 1 – Energia como pilar do desenvolvimento regional
Mediador: Guilherme Waltenberg, editor sênior do Poder360
10h50 | Painel 2 – O papel da energia firme na nova economia
Mediador: Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura)
11h40 |Encerramento
Indispensável à economia do país, a energia movimenta a indústria, o comércio, os serviços e a vida cotidiana dos brasileiros. O setor funciona como um indutor do desenvolvimento, não só por ser o motor da atividade econômica, mas por atrair investimentos e obras de infraestrutura, criar empregos e contribuir para o crescimento das regiões.
Nesse cenário, o evento traz para a pauta o potencial do setor no desenvolvimento de soluções e projetos que garantam a segurança energética e atendam a demanda crescente por energia diante de inovações que levarão à utilização intensa do recurso, como a IA (inteligência artificial).
Outro tema desafiador que será debatido no evento é como assegurar energia firme em meio a questões como a transição energética e as mudanças climáticas. O Brasil, hoje, tem 84,41% da matriz energética composta por fontes renováveis.
As estruturas incluem 219 hidrelétricas, 1.643 usinas eólicas e 21.325 usinas fotovoltaicas, que utilizam painéis solares para produzir eletricidade a partir da luz do sol. Além disso, há 3.093 usinas termelétricas, com papel extremamente relevante.
As usinas termelétricas são consideradas importantes por causa da confiabilidade para assegurar energia firme se comparadas a outras fontes, como as hidrelétricas –sujeitas ao regime de chuvas– e a energia fotovoltaica e eólica –também dependentes das condições climáticas.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo PoderData, a pedido da Eneva, 74% dos brasileiros acreditam que o país deveria investir mais em segurança energética. Além disso, 72% avaliam que o caminho para alcançar segurança no fornecimento de energia é uma matriz energética diversificada, com investimentos em fontes renováveis e não renováveis.





