• Quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Entenda como narcosubmarino foi interceptado com 1,7 tonelada de droga

Autoridades de Portugal, EUA e Reino Unido prenderam quatro suspeitos que cruzavam o Oceano Atlântico em um narcosubmarino artesanal

Um pela Polícia Judiciária (PJ) e pela Marinha de Portugal no Atlântico Central, de acordo com comunicado divulgado na segunda-feira (3/11). A embarcação, de construção artesanal e tripulada por quatro sul-americanos, seguia em direção à Península Ibérica quando foi localizada por um navio português, após informações repassadas pelo Centro de Análise e Operações Marítimas (MAOC), com sede em . Segundo as autoridades, a operação — batizada El Dorado — contou com o apoio da Agência Nacional de Combate ao Crime do Reino Unido e da Administração de Combate às Drogas dos Estados Unidos (DEA). O submersível foi localizado a cerca de 1.000 milhas náuticas (1.852 km) da costa de Lisboa e cercado por navios e helicópteros antes de ser abordado. Leia também Tripulantes apreendidos Os quatro tripulantes — dois equatorianos, um venezuelano e um colombiano — foram detidos e levados aos Açores, onde passaram por audiência judicial e tiveram prisão preventiva decretada. O coordenador da unidade de combate ao narcotráfico da PJ, Vítor Ananias, explicou que as diferentes nacionalidades envolvidas indicam a dimensão internacional da organização. “Essas estruturas não estão sediadas em um único país. Têm uma mobilidade muito grande e capacidade de recrutar especialistas de várias origens”, afirmou. 3 imagens embarcação com 1,7 toneladas de cocaínaFechar modal. 1 de 3 Polícia Judiciária de Portugal 2 de 3 Polícia Judiciária de Portugal 3 de 3 embarcação com 1,7 toneladas de cocaína Polícia Judiciária de Portugal Planejamento sofisticado A apreensão revela a sofisticação e o risco das operações. Dentro do submersível, havia mantimentos suficientes para cerca de 20 dias de viagem — tempo necessário para cruzar o Atlântico entre a Venezuela e o ponto de transbordo planejado no sul dos Açores. No local, segundo a investigação, uma lancha rápida recolheria a droga e a levaria até a costa europeia. Apesar do sucesso da interceptação, o narcosubmarino acabou afundando. Segundo o comandante da Marinha Ricardo Sá Granja, as más condições do mar e a fragilidade da embarcação — construída majoritariamente em fibra de vidro — impediram o reboque até o porto. Os investigadores acreditam que as organizações criminosas sul-americanas aprimoram o uso de submersíveis como meio de transporte discreto e de difícil detecção. A PJ ressaltou que a operação El Dorado reforça a cooperação internacional no combate ao narcotráfico marítimo. A rota entre a América do Sul e a Península Ibérica continua sendo uma das mais ativas do tráfico global de cocaína, com viagens que duram semanas e exigem resistência e experiência dos tripulantes.
Por: Metrópoles

Artigos Relacionados: