Americanas fecha 2º trimestre no vermelho, mas diminui prejuízo
Segundo dados do balanço financeiro da Americanas, a varejista registrou um prejuízo líquido de R$ 98 milhões entre abril e junho de 2025
A , gigante do varejo brasileiro que tenta se reerguer após a maior crise de sua história e está em processo de recuperação judicial, fechou o segundo trimestre deste ano com um prejuízo milionário, mas melhorou seus resultados em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo dados do balanço financeiro da companhia, divulgado na noite dessa terça-feira (12/8), a Americanas registrou um prejuízo líquido de R$ 98 milhões entre abril e junho de 2025.
No segundo trimestre de 2024, a varejista havia ficado no vermelho em 1,85 bilhão. De um ano para o outro, o prejuízo da empresa diminuiu 94,7%.
Ainda de acordo com o balanço da , o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 329 milhões no segundo trimestre deste ano, o que representou uma alta de 1.216% em relação ao mesmo período de 2024 (R$ 25 milhões).
Receita
A receita líquida da Americanas somou R$ 3,84 bilhões no trimestre encerrado em junho, o que correspondeu a um aumento de 24,7% na base anual.
Segundo a companhia, o crescimento se deve, principalmente, à alta de dois dígitos nas vendas em mesmas lojas (Same Store Sales – SSS), além de ações de otimização de sortimento e preços.
O indicador se refere ao aumento ou queda de vendas em lojas já existentes em relação a um período anterior.
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Dívida
A Americanas reportou uma dívida bruta de R$ 1,9 bilhão no segundo trimestre – R$ 1,8 bilhão em debêntures e R$ 54 milhões em empréstimos e financiamentos de curto e longo prazos, informou a companhia. Debêntures são títulos de dívida emitidos pelas empresas para a captação de recursos. Debenturistas são os detentores desses títulos.
Ao fim de junho de 2025, a Americanas registrava R$ 103 milhões em caixa, de acordo com os dados divulgados pela empresa.
Vendas
Ainda segundo a Americanas, as vendas nas lojas da varejista cresceram 11,8% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
A Americanas encerrou o mês de junho deeste ano com 1.521 lojas, a mesma quantidade que possuía no fim do primeiro trimestre.
, a Americanas reportou um prejuízo líquido de quase R$ 500 milhões, revertendo um lucro de R$ 453 milhões registrado no mesmo período de 2024.
Escândalo na Americanas
No dia 11 de janeiro de 2023, a Americanas informou ao mercado que havia detectado “inconsistências contábeis” em seus balanços corporativos. Até então, o rombo era estimado em cerca de R$ 20 bilhões. Era o início do desmoronamento de uma das companhias mais tradicionais do país.
O episódio, hoje apontado como o maior escândalo corporativo da história do Brasil, deflagrou uma série de acontecimentos que levaram a Americanas à lona. Mais de 2 anos depois, a varejista ainda está longe de uma recuperação total.
Em abril de 2025, por supostas fraudes na companhia, cujo prejuízo é estimado em cerca de R$ 25 bilhões. A decisão foi tomada após a Polícia Federal (PF) indiciar os envolvidos.
Entre os denunciados pelo MPF, estão o ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez, além de Anna Saicali (ex-CEO da B2W) e dos ex-vice-presidentes Thimoteo Barros e Marcio Cruz.
Também fazem parte da lista os ex-diretores Carlos Padilha, João Guerra, Murilo Correa, Maria Christina Nascimento, Fabien Picavet, Raoni Fabiano, Luiz Augusto Saraiva Henriques, Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira e Anna Christina da Silva Sotero.
Todos eles foram denunciados pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e manipulação de mercado. Nove pessoas também foram denunciadas por informação privilegiada.
Os três acionistas de referência da empresa – além de Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – não foram denunciados.
Por: Metrópoles