• Segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Alessandro vira relator da PEC da Blindagem e promete rejeição

Escolhido por Otto Alencar (PSD-BA), senador é contra o texto; deputados que votaram a favor já se dizem arrependidos.

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado definiu na 6ª feira (19.set.2025) o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) como relator da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Blindagem. O congressista já se posicionou contra a proposta e afirmou que recomendará sua rejeição.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), informou que a PEC foi recebida oficialmente pela Casa na noite de 4ª feira (17.set.2025). Vieira já declarou que a PEC traz “enormes prejuízos para os brasileiros” e disse que o parecer será técnico e contrário ao texto.

“Minha posição sobre o tema é pública e o relatório será pela rejeição, demostrando tecnicamente os enormes prejuízos que essa proposta pode causar aos brasileiros”, afirmou.

O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), também se manifestou contra a medida. Ele classificou a PEC como um retrocesso para a democracia e para a transparência. Manifestei meu posicionamento contrário e acredito que não encontrará aprovação na CCJ”, declarou.

A liderança do MDB, uma das maiores bancadas do Senado, divulgou nota oficial afirmando que a proposta representa “impunidade absoluta” e “mina a igualdade perante a lei”.

O governo federal também rejeita o projeto. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que o texto abre brechas para a infiltração do crime organizado no Congresso. O presidente Luiz Inácio Lula de Silva (PT) disse que a votação na Câmara foi um “desrespeito” com a população e declarou que a PEC “não é coisa séria“.

O STF (Supremo Tribunal Federal) indicou que a proposta não afetará processos já em curso. O ministro Gilmar Mendes defendeu que denúncias em andamento contra congressistas seguirão normalmente.

O Poder360 apurou que parte do PT votou a favor da PEC na Câmara como gesto político para tentar barrar a tramitação da PL da anistia. Interlocutores afirmaram que essa foi a estratégia combinada com a bancada.

O texto foi votado a toque de caixa na noite de 3ª feira (16.set). O PT deu 12 votos favoráveis, contrariando a posição pública do partido e do governo.

O gesto não impediu que a Câmara também aprovasse, na 4ª feira (17.set), a urgência da anistia, que também foi votada e aprovada com celeridade. O texto que pretende perdoar crimes de condenados por tentativa de golpe e pela invasão dos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

A urgência permite que projeto possa ir direto para o plenário, sem passar por comissões.

Deputados como Jilmar Tatto (PT-SP) e Merlong Solano (PT-PI) divulgaram notas em que admitem arrependimento. Ambos justificaram o apoio como estratégia de governabilidade, mas reconheceram equívoco.

Airton Faleiro (PT-PA) também relatou que votou favoravelmente em 1º turno por orientação tática para barrar a urgência da anistia. Kiko Celeguim (PT-PR) afirmou que perdeu a disputa política contra o Centrão e considerou seu voto uma “dura lição”.

Já o líder do PSB na Câmara, Pedro Campos (PSB-PE), votou a favor da proposta, mas depois anunciou que recorrerá ao STF com mandado de segurança questionando a votação. Ele justificou seu voto como uma tentativa de manter “as pontes abertas” para barrar a anistia e permitir que as pautas do governo e do povo brasileiro avançassem na Câmara.

Até congressistas de oposição declararam que pediram desculpas a seus eleitores. A deputada Silvye Alves (União Brasil-GO) afirmou que cedeu à pressão de “pessoas influentes do Congresso” e considerou seu voto um “erro gravíssimo”. Agora, ela considera sair do partido. O deputado Thiago de Joaldo (PP-SE) também se declarou arrependido, afirmando que “erro é admitir e buscar consertar”.

A Frente Povo Sem Medo e congressistas do Psol, como Guilherme Boulos (SP), Erika Hilton (SP) e Tarcísio Motta (RJ), convocaram manifestações contra a PEC da Blindagem e o PL da anistia para o domingo (21.set.2025).

Os atos estão marcados em 19 Estados. Artistas como Anitta, Caetano Veloso e Djonga aderiram às mobilizações, que serão realizadas em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Natal.

Por: Poder360

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